O político Venâncio Mondlane ‘cortou’ as relações com o Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, após tentativas sucessivas de colocar os “pontos nos ii”.

Mondlane diz ter feito tudo para assegurar um clima pacífico com Forquilha, mas que as acções deste fizeram emergir crispações entre si.

O ex-candidato suportado pelo PODEMOS nas eleições gerais de 2024, revelou as principais atitudes de Forquilha que levaram ao afastamento.

Segundo Mondlane, que falava em entrevista à Miramar, ainda em Outubro de 2024, cerca de uma semana após as eleições gerais, Forquilha precipitou-se em anunciar prontidão para assumir a posição do líder da oposição.

Já no princípio das manifestações, “com a dor da morte de Elvino Dias e Paulo Guambe”, e a repudiar a fraude eleitoral, Forquilha manteve-se em silêncio, perante as causas do povo, não tendo criticado a ausência de esclarecimentos sobre os assassinatos dos colegas e de populares pela polícia.

“A única coisa que fez foi estar aos beijinhos e abraços com Bernardino Rafael, numa conferencia de imprensa a contrariar as directrizes das manifestações”.

Outra postura de “traidor” adoptada por Forquilha, na perspectiva de Mondlane, foi a de adiantar, em conferência de imprensa, que o PODEMOS ia tomar posse na Assembleia da República.

Em todas as situações, Mondlane referiu ter havido apelos para Forquilha não optar com tais atitudes, mas o anúncio da tomada de posse “foi a gota d’água”.

“Aí nós reagimos publicamente e o acusamos de traição” frisou, notando, entretanto, ter havido tentativas de se criar uma convivência sã. “Mas praticamente ele rasgou o acordo [de Manhiça]”.

“Definitivamente, nós, com o líder do PODEMOS, não temos como continuar a ter uma relação cordial com ele, porque, de facto, em definitivo, ele mostrou-se um traidor completo” vincou. “Ele traiu o acordo connosco”.

Para Mondlane, foi igualmente traído o acordo como povo, até porque o PODEMOS só ganhou notoriedade pelo endosso que ele próprio deu. Mondlane considera o PODEMOS um cadáver ressuscitado que pensa numa autonomia ilusória de poder andar por si só.

“O PODEMOS não teria se quer um deputado na Assembleia da República. Ele [Forquilha] sabe disso. Desde que o PODEMOS existe estava numa irrelevância total. O que fizemos foi encontrar uma campa, exumar o cadáver, lavá-lo e dá-lo vida e andar.  Mas depois de ganhar vida ele [o cadáver] acha que a vida veio por si próprio. Não sabem que há alguém que deu fôlego para que esse cadáver pudesse andar” frisou.

“Albino Forquilha é um traidor, que não haja dúvidas disso”.