O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane condiciona a assumpção do seu lugar no Conselho de Estado a apresentação de medidas de curto prazo para retirar a população do sufoco.

“Se não houver nada que compense este povo, medidas que façam o povo sentir-se incluído, se isso não for feito, não vejo razões para tomar assento no Conselho de Estado” disse em entrevista.

Mondlane expressou o posicionamento recordando das centenas de vítimas assassinas e seviciadas pela polícia ao longo dos protestos pós-eleitorais. “Toda a minha luta foi sustentada por eles”.

Aliás, para o autoproclamado Presidente eleito da República de Moçambique, durante as manifestações, os partidos políticos se tornaram irrelevantes. “Foi o próprio povo que tomou a dianteira”.

Ele questiona a razão de sentar-se no Conselho de Estado quando as pessoas martirizadas não são incluídas e consideradas nas medidas políticas.

“Que papel irei lá fazer? Se isto não acontecer, não tomo assento no Conselho de Estado” disse, frisando não ansiar pelas regalias como a imunidade.

Na qualidade de segundo candidato presidencial mais votado nas eleições gerais de 09 de Outubro de 2024, Venâncio Mondlane tem direito constitucional a um assento no Conselho de Estado, um órgão de consulta do Presidente da República. O órgão é também composto pelas figuras de Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Presidente do Conselho Constitucional, Provedor de Justiça, antigos presidentes da República, Antigos Presidentes da Assembleia a República, sete personalidades de mérito reconhecido eleitos pela Assembleia da República e quatro personalidades designadas pelo Presidente da República.

Por outro lado, Mondlane diz estar a par de supostos acordos que serão firmados entre os partidos políticos com assento parlamentar, incluindo o extraparlamentar Nova Democracia. Acredita que é excluído dos debates propositadamente. (Foto: DR)