Um processo judicial que corre em território nacional levou ao congelamento de um negócio milionário onde a siderúrgica indiana JSW Steel, do bilionário Sajjan Jindal, pretende adquirir o espólio do maganta australiano Ken Talbot, que morreu há 14 anos.
O negócio é sobre o arrendamento da mina de carvão em Revuboè (MdR), na província de Tete, avaliado em 50 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg.
A JSW de Sajjan concordou em adquirir a MdR em Novembro de 2023, de acordo com um porta-voz do espólio de Talbot, e em Maio anunciou um acordo final sob o qual concordou em pagar 74 milhões de dólares por uma participação de 92%. Isso é uma fração dos 555 milhões de dólares que 12 anos antes a Anglo American Plc disse que pagaria por uma participação de 58,9% no mesmo projecto de carvão. A gigante da mineração sediada em Londres desistiu da transacção oito meses depois.
A JSW parece estar a “ver navios” uma vez que o Governo suspendeu o acordo com a MdR e, através de um anúncio, deu 30 dias para apresentação de objecções à concessão sendo concedida à Stonecoal SA. Entretanto, nota a Bloomberg, a Stonecoel tem como directores quatro de cinco funcionários na Jindal Steel & Power Ltd., uma empresa liderada por Naveen Jindal, irmão mais novo de Sajjan.
A concessão ainda não foi outorgada à Stonecoal, de acordo com o banco de dados de licenças de mineração de Moçambique.
Os irmãos ocasionalmente têm pequenas participações cruzadas nas empresas um do outro, mas são administrados separadamente e até mesmo ocasionalmente competem entre si.
A MdR entrou com um processo judicial em Moçambique buscando obrigar o governo a restaurar o arrendamento perdido. Em setembro, a empresa também iniciou procedimentos de arbitragem em Genebra contra o Ministério de Recursos Minerais e a presidência.
Agora a batalha judicial segue entre a MdR e o Estado moçambicano, devendo se tornar num desafio para o próximo Governo a ser liderado por Daniel Chapo.
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