A história das lutas de libertação das colónias portuguesas terá sido escrita a atribuir glórias e monopólios aos “grupos libertadores”, com o caso de Moçambique, Angola e Guiné-Bissau. Mas um novo estudo científico, publicado em livro, coloca em cheque a narrativa que perdura há 50 anos.
Um artigo publicado pelo Observador, indica que o novo rebento da literatura, procura “corrigir” a história contada pelos movimentos de libertação. E uma das questões com que se indaga o livro é sobre quem terá dado o primeiro tiro que desatou as guerras coloniais.
O historiador Pedro Aires Oliveira, um dos coordenadores do livro Crepúsculo do Império — Portugal e as guerras de descolonização disse ao jornal que “Os partidos dominantes na Guiné, em Angola, em Moçambique quiseram fazer passar a ideia de que eles tinham tido um bocadinho o monopólio da luta armada, que tinham sido eles os que deram os primeiros tiros na luta de independência nacional e as coisas não são exactamente assim… são um bocadinho mais complicadas”.
Para o caso de Moçambique, reza a história que “o primeiro tiro” desencadeador da luta de libertação do jugo colonial português foi disparado por Alberto Joaquim Chipande, na noite de 24 para 25 de Setembro de 1964, em Chai, província de Cabo Delgado.
A obra foi lançada em Lisboa, na quinta-feira, e conta com o texto de 37 autores de várias instituições universitárias portuguesas e estrangeiras e ainda de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia, das ciências militares, da sociedade e da economia.
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