A comunidade islâmica acusa a existência de alguns membros do Governo, “de alta patente”, coniventes com os sindicatos de raptos no país. O Ministro do Interior, Pascoal Ronda desafiou a comunidade a apresentar provas, além de considerar uma acusação “emocionada”.
Em reação à leitura e propostas de Ronda, o antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) Gilberto Coreia, entende que o Ministro “foi infeliz”. Ele é da opinião que Ronda deveria acatar a denúncia e iniciar uma investigação séria.
“[Foram, para mim,] declarações muito infelizes. De um político que detém responsabilidades na área de investigação de crimes, sobretudo, os crimes graves,”, disse, notando que”de alguma forma também está a desvalorizar algo que devia ser levado muito a sério”.
De acordo Coreia, ao cidadão não lhe cabe a apresentação de provas, como sugere o Ministro Ronda, mas sim a sua percepção sobre os fenómenos. Assim, para o antigo bastonário, a postura mais acertada do Ministro devia ser a de valorizar a preocupação da comunidade islâmica e encetar esforços para o esclarecimento dos problemas.
“Mas o Sr, Ministro sabe que há pessoas que têm essas provas. Porém, têm medo porque não confia na polícia que ele dirige”, disse, citado pela STV.
De acordo com Coreia, o combate derradeiro contra os crimes de raptos só será possível se a vontade política assim o quiser.
“Houve situações em que era possível contribuir com tecnologias de fora, pedir cooperação internacional. Sentiu-se que o Governo não quis, não facilitou, porque ainda há conflitos internos. Isto pode levar a descobertas que colocam em causa todo um poder político. Primeiro, o poder político tem de decidir, de uma vez por todas que, combater os raptos, com todos os meios ao seu alcance, é uma prioridade do Estado moçambicano”, disse.
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