Uma delegação moçambicana assinou, na semana passada, um memorando com União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) que viabiliza a partilha de tecnologias para a implantação de uma indústria de produção de biodiesel em Moçambique.
Moçambique ainda não produz biodiesel, entretanto, tem uma política de mistura de biodiesel e diesel fóssil. O país pretende replicar experiências do Brasil, refere um portal do país latino-americano.
De acordo com João Macarigue, coordenador do Gabinete de Coordenação de Reformas Econômicas do Ministério de Economia e Finanças, Moçambique é “abastado” e matéria-prima e capacidade de produção de biocombustível e fazer a transformação local. “Mas não temos capacidade técnica nem investimentos consolidados”.
Moçambique ainda vai estudar quais matérias-primas podem ser usadas na produção local de biodiesel, mas Macaringue antecipa que o coco, palma e caroço de algodão têm potencial. Hoje, duas empresas estrangeiras fazem testes de produção de biodiesel em Moçambique, a TotalEnergies e a Eni.
“Moçambique tem um cronograma de mistura de biodiesel ao diesel que prevê uso de 3% do biocombustível no diesel neste ano e aumento do teor para 10% em dez anos, além de um plano de elevar a mistura para 20% “conforme evoluir a tecnologia”, afirma Gustavo Santos, coordenador do Instituto Tony Blair, que apoia parte moçambicana.
Por seu lado, o ex-executivo da Vale em Moçambique, Marcelo Tertuliano, disse que o passo seguinte “é criar um grupo de trabalho que vai estudar o programa de biodiesel no Brasil e planear as etapas para implementar o plano em Moçambique, mapeando o que deve ser feito”.
Porém, as autoridades moçambicanas entendem que não há infraestrutura para atender o objetivo de curto prazo e admitem alguma importação no início.
Ainda assim, o plano é produzir o biodiesel no próprio país, como parte de uma estratégia mais ampla do governo de Moçambique de promoção do desenvolvimento.
O mercado moçambicano de diesel é de 1,5 mil milhões de litros por ano. O volume equivale a apenas 2% do mercado brasileiro. O plano de Moçambique é abastecer o mercado interno e regional.
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