O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental (ONG) moçambicana, afirma que a actividade mineira desenvolvida por empresas chinesas em Moçambique está a provocar descontentamento nas comunidades devido à destruição dos meios de subsistência e à degradação ambiental.
Um estudo apresentado nesta quarta-feira (28), em Maputo, pelo CIP concluiu que há desmandos cometidos por mineradoras chinesas que estão a destruir o meio ambiente, a perigar a saúde e a segurança humana, pedindo ao Governo que olhe para os direitos das comunidades.
Intitulado “Extrativismo que destrói o ambiente: Desvendando crimes ambientais cometidos por empresas chinesas de exploração mineira em Moçambique”, o estudo do CIP denuncia que “esta indústria tem sido responsável por causar danos sociais, económicos e ambientais para as comunidades hospedeiras”.
“Estas comunidades têm reportado potenciais casos de crimes ambientais, com efeitos nefasto ao clima, à saúde e à segurança humana e dos ecossistemas associados”, refere o estudo.
A pesquisa do CIP que foi realizada nas comunidades hospedeiras de projectos de mineração, implementados por três companhias mineiras chinesas, nomeadamente, Dingsheng Minerals (Gaza), África Great Wall Mining Development Company Ltd (Zambézia), e Haiyu (Mozambique) Mining Co. Lda (Nampula) constatou também que “esta situação agrava as desigualdades sociais, a pobreza, a desconfiança em relação às instituições governamentais, pelas comunidades locais, entre outras consequências”.
De acordo com a mesma pesquisa do CIP, que pretendia avaliar o impacto da acção destas empresas para o meio ambiente e para a vida das comunidades locais e confrontá-lo com as denúncias reportadas em diversas plataformas sociais, “os membros das comunidades próximas dos projectos estão descontentes com os danos causados pelas empresas chinesas”.
Para Mery Rodrigues, pesquisadora do CIP, “nas últimas décadas, Moçambique tem recebido vários projectos relacionados com a mineração, que geram expectativas para impulsionar o crescimento das comunidades e da economia do País, no entanto, têm vindo a registar resultados negativos”.
Entretanto, a propósito do lançamento do estudo, uma fonte da Procuradoria Geral da República garantiu avaliar os resultados com atenção, devendo agir, caso as evidências mostrem a existência de crime.
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