A Comissão Nacional de Eleições (CNE) é uma instituição sem poder de decisão nos processos eleitorais em Moçambique e está ao serviço do partido no poder, segundo o consórcio eleitoral Mais Integridade.
“A CNE é, simplesmente, a nível central, um grupo de marionetes que não manda absolutamente nada no processo [eleitoral]. Nós, consórcio Mais Integridade, perdemos tempo em assinar um memorando com pessoas que não mandam em absolutamente nada no processo.”
Nestas eleições, “o partido Frelimo mostrou ser jogador e árbitro dentro do processo”, disse Cortês, frisando que nas províncias quem manda são entidades frelimistas, os primeiros secretários e os chefes da brigada central.
“E foram eles que deram ordens quando começaram a sair os primeiros números nas contagens para proibirem os observadores de estarem dentro das salas de aula, tirarem fotos dos editais, evitar-se escrever a contagem nos quadros das salas de aula”, denunciou.
O presidente do consórcio mostrou-se indignado pelo facto de os órgãos eleitorais não terem providenciado condições plausíveis para o decurso das eleições, deixando mesmo que faltasse energia eléctrica na fase de contagem de votos.
“Se a partir das 18h começa a escurecer, tem de haver lâmpadas e credelec na escola para que as pessoas possam trabalhar e fazer a contagem de voto. Esta CNE e este STAE são os mesmos que gastaram milhões de dólares em concursos de procurement não explicados para alugar carros, helicópteros, comprar maquinaria e comprar carros para os membros da CNE/STAE incluindo o seu presidente, mas que não foi capaz de pôr lâmpadas para o processo de contagem em várias escolas neste país”, criticou.
De acordo com Cortês, os órgãos eleitorais de Moçambique têm falta de vontade em ver eleições livres, justas e transparentes.
“Este é um país que, quando é para desenhar as prioridades, estas são para os dirigentes, em vez do seu povo”, notou, apontando o facto de as escolas públicas estarem em péssimas e vergonhosas condições. “Contar votos com candeeiro é uma vergonha. Isso é uma vergonha”.
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