O Director-geral da Bravantic alertou, na terça-feira (18), que Moçambique sofre cerca de 1,5 milhões de ataques cibernéticos todos os meses, o que demonstra o elevado nível de vulnerabilidade no país.
“Moçambique é um país muito vulnerável, ainda não temos a maturidade suficiente para consolidar alguns passos no que diz respeito à segurança”, declarou Eduardo Vicente.
Só no primeiro semestre deste ano, segundo dados oficiais, o Ministério Público (MP) registou um total de 367 processos relacionados a crimes cibernéticos e, embora os números representem uma redução em 6,6% comparando com igual período de 2022, a situação ainda é descrita como alarmante.
“É pena que muitos empresas que são atacadas não disponibilizem essa informação, por questões, às vezes, de imagem, por questões internas”, declarou Eduardo Vicente.
Segundo o Director-geral da Bravantic, o processo de transformação digital que muitos empresas estão a assistir em África torna o continente um terreno para ameaças cibernéticas.
“África cresce muito […] e, por vezes, neste processo, as coisas são feitas de um modo imediato e sem a consolidação na área da segurança”, observou a fonte, que aponta maior investimento na segurança e formação de quadros como fundamentais.
Segundo o anterior censo populacional realizado em 2017, dos cerca de 30 milhões de habitantes, um quinto da população moçambicana tem telemóvel, mas só seis porcento tem acesso à internet.
A percentagem de população com acesso a computador é de 4,4%.
Em 2018, o Governo aprovou uma resolução que ratifica a convenção da União Africana sobre cibersegurança e protecção de dados.
Em Fevereiro do ano passado, um ataque cibernético deixou inoperacionais vários portais oficiais, mas, segundo as autoridades, a situação foi controlada após algumas horas.
Criado em 1996, o grupo Bravantic, de capital exclusivamente português, opera no Brasil, Angola, Cabo Verde e Emiratos Árabes Unidos, além de Moçambique.
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