A primeira remessa de gás natural liquefeito da bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, deve acontecer dentro das próximas duas semanas, segundo garantias do Ministro da Economia e Finanças Max Tonela.
“Esperamos que aconteça antes do final do presente mês de Outubro a primeira exportação de gás natural liquefeito produzido pelo país” disse Max Tonela, citado pela Lusa, a partir de Nova Iorque.
Este será o “baptismo” de Moçambique no circuito dos produtores de gás. A responsabilidade está sob o projecto Coral Sul FNLG, em mar alto, cujas reservas aparecem descritas como sendo uma das maiores do mundo. A plataforma liderada pela petrolífera italiana Eni vai produzir 3,4 milhões de toneladas por ano.
A contagem regressiva já vai ao rubro, pois o gás entrou em processamento, aguardando-se a chegada do primeiro cargueiro da British Petroleum, que comprou a produção por 20 anos.
Em Cabo Delgado existem outros dois projectos de maior dimensão, um liderado pela TotalEnergies e outro pela Exxon Mobil/Eni, e as suas fabricas de liquefação foram projectadas para estar em terra, na península de Afungi, mas aguardam por decisões das petrolíferas para avançarem.
O projecto da TotalEnergies já estava em andamento e foi suspenso em Março de 2021 devido aos ataques armados na região de Cabo Delgado.
Os projectos foram suspenso devido a violência armada, mas o Governo projecta outros cenários para tirar proveito dos recursos dada a crescente procura no mercado internacional.
Max Tonela diz que a intervenção militar e outros investimentos em curso na região visam estabilizá-la, proteger a população e permitir que o investimento avance.
A possibilidade foi admitida ao ser questionado directamente sobre a possibilidade de haver mais projectos em mar alto.
“Privilegiamos assegurar a retoma dos trabalho de construção das duas linhas de liquefação em terra, promovidas pela Área 1, e todo o trabalho que se tem estado a realizar tem em vista recuperar a situação de normalidade para famílias, para as populações afectadas, mas também para promover os investimentos que vão resultar num desenvolvimento mais sustentado da região”.
“Entre os projectos está a retoma da Total, mas tendo em conta o volume de recursos de gás que existe e os desafios a nível global de procura e diversificação das fontes, o Governo está disponível para discutir outros cenários que não põem em causa o desenvolvimento dos projectos em terra”, concluiu.
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