Num contexto da crise, o Absa Bank superou-se e conseguiu resultados financeiros positivos. “Engordou” 115% para 633 milhões de meticais de lucros. É mais que o dobro do registo de 2020.
O Absa Bank continua a crescer no mercado moçambicano e ao que tudo indica, a um ritmo bastante significativo. E o ano passado não foi uma excepção. Apesar de um contexto da crise financeira causada pela Covid 19 e que levou ao encerramento de várias empresas, sobretudo as PME’s, o Absa Bank conseguiu alcançar bons resultados.
Os dados do relatório e contas de 2021 apresentados ontem, indicam um crescimento total de receita superior a 20%, 5,7 mil milhões de meticais. E os lucros líquidos engordaram em 115%, 633 milhões de meticais. É mais que o dobro do registo no ano anterior (2020).
Além disso, as contas do Absa de 2021 revelam que o banco está cada vez mais forte e sólido, com rácio da solvabilidade de 19,2%, bem acima dos 12% exigido regularmente pelo Banco de Moçambique. Da mesma forma em termos de liquidez, o Absa Bank conseguiu alcançar o rácio de 46,1% contra o mínimo de 25% exigido pelo regulador.
Através de “um conjunto de medidas de gestão” o banco viu reduzir também os custos operacionais em cerca de 4,6% para 3,9 mil milhões de meticais.
“Estes números indicam efectivamente que o banco em 2021 conseguiu mover-se na direção certa, num enquadramento extremamente desafiante e de forma prudente”, revela Rui Barros, administrador do Absa Bank durante a apresentação do relatório e contas.
Quota do mercado sobe acima de 9%
Em termos de cedência de crédito e nível de depósitos, o Absa Bank viu a sua quota do mercado a crescer para números próximos de 10%. Em termos gerais o “banco neste momento representa já mais de 9% do mercado nacional”, avança o administrador do Absa.
Em 2021 o banco conseguiu igualmente aumentar o número total de clientes em cerca de 9%, para 214 mil. Mas nem tudo foi de feição. Por exemplo, quanto ao crédito malparado, houve um agravamento no incumprimento, que atingiu em 2021 os 4,2% “resultante em larga maioria do impacto do Covid-19 e negócios expostos à cadeia de valor do LNG”, justifica Rui Barros.
No “mundo” de mercados capitais o banco teve um papel de destaque com a quota do mercado a subir para cerca de 28%, onde “mais de um quarto da actividade em mercados capitais em bolsa é intermediada pelo banco Absa”, afiança o administrador. E o mesmo cenário verifica-se ao nível do mercado cambial que se estima que tenha crescido em 29,3%.
O banco destacou-se igualmente ao nível de apoio às PME’s e à banca do retalho, onde se verificou a carteira de créditos a crescer em 7,8% e os depósitos a aumentar em 5,4%.
“Estes números são bastante superiores ao crescimento que o mercado moçambicano teve ao longo de 2021 e comprova a confiança que os clientes deram ao Absa e de alguma forma o modelo que conseguiram adoptar para se adaptar à pandemia da Covid -19”, referiu Pedro Carvalho, director executivo do Absa.
Na componente digital, o banco refere que se verificou um progresso notável na adopção do digital, com um aumento de 26% entre os particulares e 45% entre as empresas.
“Na banca corporativa o crescimento foi ainda mais acentuado com a carteira de crédito a crescer mais de 18% e a carteira de depósito a atingir cerca de 65%”, sublinha o administrador executivo.
Carvalho termina afirmando que na componente da banca corporativa o grande foco de 2021 esteve em apoiar os clientes através de lançamento de mais e melhores plataformas digitais, que lhes permitisse continuar a relacionar-se com o banco, a desenvolver o seu negócio, mas de forma remota, de forma digital, e isso foi o que se viu “com muito sucesso pelos nossos clientes”.