Auditoria duvida das demonstrações financeiras do Banco de Moçambique

O auditor independente BDO expressou reservas quanto às demonstrações financeiras de 2020 do Banco de Moçambique (BM) presentes no relatório publicado na quinta-feira.

O portal sapo escreve que o mesmo já se tinha sucedido com as contas relativas a 2019, publicado pelo BM em Janeiro.

Ao analisar as contas de 2020, a BDO manteve algumas reservas

“Pelo facto de os auditores predecessores terem emitido uma opinião adversa sobre as demonstrações financeiras de 2017 e 2018 (…) não nos é possível assegurar a totalidade, existência e exatidão dos saldos iniciais, nem o seu impacto nos saldos finais”, lê-se no parecer do auditor independente BDO, assinado com data de quinta-feira.

Em causa está o facto de em 2017 e 2018 o BM não ter considerado “relevante” consolidar as contas da subsidiária Kuhanha – Sociedade Gestora do Fundo de Pensões dos trabalhadores do banco central, que adquiriu uma posição maioritária no Moza Banco, um dos principais bancos comerciais de Moçambique, previamente intervencionado.

Num segundo ponto, o auditor refere que o Estado moçambicano nunca entregou ao BM, desde 2005, títulos de dívida pública previstos pela lei no valor de 9,2 mil milhões de meticais – nem o banco central reconheceu os proveitos acumulados de 12,9 mil milhões de meticais associados a esta “dívida do Estado” ao regulador de mercado.

Noutra nota, assinala ainda que o Banco de Moçambique não registou 10,7 mil milhões de meticais em responsabilidades, em conformidade com normas contabilísticas, “afectando deste modo o passivo e o capital próprio no mesmo montante”.

De acordo com o relatório e contas, o banco central fechou o exercício consolidado de 2020 com um prejuízo de 1,3 mil milhões de meticais, uma melhoria em relação ao prejuízo do ano anterior, de 4,6 mil milhões de meticais.

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