Farinha de trigo está mais cara. Algum efeito dominó?

As coisas parecem estar a complicar cada vez mais para os moçambicanos. Os reajustes de preços estão a ocorrer de forma imediata, em todos os sectores cruciais do motor económico do país.

Recentemente, os preços dos combustíveis aumentaram, e como já se podia esperar, os preços das viagens em transportes públicos de passageiros também rumaram ao pico. Sem que se percebesse a encruzilhada num beco sem saída, eis que a Companhia Industrial da Matola (CIM) anunciou a subida do preço da farinha de trigo – principal matéria para a produção de pão, junto da água, que também vai subir o seu custo – a partir do próximo dia 15 de Janeiro de 2022.

De acordo com a carta, a Associação Rede dos Direitos Humanos (ARDH) mostrou-se contra a decisão da CIM, perspectivando um reajuste dos preços de pão, um alimento basilar na dieta do cidadão moçambicano.

Combustível subiu, chapa subiu, a FIPAG vai aumentar o custo de água, e aquela associação diz que nada justifica a subida do preço da farinha de trigo, dada a conjuntura financeira actual de Moçambique e os entraves da covid-19.

No ano passado o Presidente da Associação Moçambicana de Panificadores, Victor Miguel, reconheceu que as subidas dos preços de combustível poderiam levar ao agravamento do custo do pão, segundo a rfi.

“Recentemente o combustível foi agravado, a água foi agravada e também foi anunciado que no próximo mês vai haver um agravamento de parte da farinha de trigo, naturalmente isto vai trazer complicações em relação aquilo que vão ser os custos de produção e temos que fazer um exercício muito grande para continuar a manter o preço do pão o que não é fácil”, citou a rfi a 25 de Outubro de 2021.

Mas parece que este ano não haverá manutenção dos preços nem recuos.

A ARDH afirma que as justificações evocadas pela CIM não são suficientemente claras para sustentar o aumento pretendido, na medida em que o aumento do preço dos combustíveis e da electricidade não afecta exclusivamente aquela companhia.

“Vale lembrar que o Estado também está por detrás destes aumentos que afectam as famílias, devido à decisão que tomou em Dezembro do ano passado de agravar o preço dos combustíveis”, refere o documento.

O último reajuste do preço do pão em Moçambique ocorreu há um ano, em 2020.

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