Produtores da castanha de caju apontam que o contrabando tem vindo a prejudicar as fábricas de processamento do produto, que são obrigadas a encerrar por falta de matéria-prima, deixando, consequentemente, milhares de trabalhadores no desemprego.
Dados divulgados este sábado, Conselho Consultivo do Banco de Moçambique, na cidade de Nampula, indicam que a situação é preocupante, de tal forma que das 17 fábricas de processamento existentes no país apenas nove é que estão actualmente em funcionamento, não se perspectivando, para breve, a sua reabertura por falta de matéria-prima.
Segundo os dados divulgados no encontro referem que cerca 35 por cento da castanha de caju produzida no país circula no mercado informal, prejudicando as exportações.
“Estamos a viver um cenário de algum caos no sector do caju no país e é inaceitável que isso aconteça. Os debates de medidas estruturantes para o sector devem envolver outros actores como, por exemplo, as instituições do Ensino Superior, que devem, igualmente, promover a investigação destes cenários que infelizmente se registam neste sector”, referem os produtores.
Segundo o economista Tomaz Salomão, que participou no evento, considera ser inconcebível que pouco mais de 80 mil toneladas da castanha de caju esteja fora do circuito normal da comercialização.