O fundo “Educação Não Pode Esperar” anunciou que cerca de 4,6 milhões de crianças e adolescentes foram alcançados com educação de qualidade em mais de 30 crises humanitárias em todo o mundo.
Segundo a iniciativa global das Nações Unidas, que promove a educação, cerca de 48% desse total são raparigas.
O Relatório de Resultados Anuais “Vencendo a corrida humana” enfatiza a importância de se investir no corpo docente para apoiar e promover os resultados de aprendizagem de qualidade para alunos afectados pela Pandemia.
E ao nível global, a iniciativa recrutou e apoiou financeiramente mais de 150 mil professores, incluindo 41 mil mulheres.
O relatório destaca Brasil e Moçambique como sendo os únicos países de língua portuguesa onde a iniciativa apoiou acções locais realizadas por outras entidades.
Em território brasileiro, o destaque é para a situação gerada pela entrada de refugiados, tal como nos vizinhos da Colômbia, Equador e Peru. Com este cenário aumentou a necessidade de apoio a atividades de educação.
Em todo o Brasil, foram apoiados 11.890 refugiados, sendo que 48% são meninas. Pelo menos 9,3 mil professores e outros profissionais do sector foram capacitados para servir em contextos de emergência e a crianças indígenas.
No caso de Moçambique, a iniciativa global apoiou aulas pela TV e rádio durante o fecho das escolas na pandemia. No país africano, foram reabilitadas salas de aulas beneficiando cerca de 15.510 alunos.
Na emergência pós-ciclone, materiais de ensino e aprendizagem chegaram a mais de 142 mil estudantes moçambicanos.
Em todo o mundo, o fundo entregou materiais de aprendizagem a mais de 2,6 milhões de crianças e adolescentes afectados por emergências e crises prolongadas.
O enviado da ONU para Educação Global, Gordon Brown, destaca o drama de milhões de menores marginalizados e já afectados por conflitos armados, deslocamento forçado, desastres devido a mudanças do clima e crises prolongadas.
Para Brown, a Covid-19 foi uma “crise dentro de outra crise já em curso”, na qual a educação de uma geração inteira enfrenta perdas irreversíveis em emergências e crises prolongadas.
Os desafios incluem cerca de 20 milhões de meninas deslocadas, principalmente adolescentes, vivendo em risco. Para ele, a nova publicação ilustra “como se pode resistir às ameaças e permanecer mais firmes para vencer a corrida humana”.
O apelo aos líderes mundiais é que acelerem e garantam um financiamento adequado para a educação dedicada a todas as meninas, crianças e adolescentes apoiados pela “missão coletiva” de educá-los.
Fonte: ONU News