A produção de milho da época 2020/21 pode ficar dentro ou acima da média na maioria de Moçambique e o preço do grão começou a descer em Abril, segundo uma análise consultada esta segunda-feira pela Lusa sobre uma das bases alimentares do país.
“Em Abril, com o início da colheita, o preço do grão de milho diminuiu entre 6% e 45% em relação a Março”, lê-se no documento da Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, sigla inglesa), que apoia as acções de agências governamentais e humanitárias.
Estima-se que o preço do grão de milho “continue a diminuir” até Julho, como acontece sazonalmente, impulsionado pelo “aumento da disponibilidade nos mercados locais”.
Por outro lado, “o preço da farinha de milho e do arroz manteve-se estável entre Março e Abril”.
“A apreciação do metical contra o dólar deve levar a uma estabilização dos preços das farinhas de milho e do arroz e é pouco provável que os preços desçam a curto prazo”, perspectiva a rede.
A maioria da população moçambicana pratica agricultura de subsistência e o milho é uma das culturas mais disseminadas com várias utilizações alimentares.
Segundo a rede Fews, a colheita agrícola de vários produtos, actualmente em curso, está a melhorar gradualmente a segurança alimentar, com grande parte do país a enfrentar riscos mínimos (entre os níveis 1 e 2, numa escala que vai até 5, fome severa)
“No entanto, o conflito armado em Cabo Delgado continua a perturbar os meios de subsistência das famílias”, fazendo com que a região enfrente insegurança alimentar de nível 3 e até de nível 4, no caso de famílias que se encontram “em zonas inacessíveis e que se escondem no mato”.
Por outro lado, tal como referido em relatórios anteriores, o documento realça que muitas medidas de prevenção do covid-19 continuam a fazer piorar bolsas de fome nos centros urbanos.
As restrições “continuam a limitar as oportunidades de rendimento para a maioria das famílias urbanas pobres, agravando sinais de insegurança de nível 2 e fazendo com que as famílias mais afectadas enfrentem insegurança de nível 3, ou seja, crise alimentar”, obrigando a cortar refeições.
“As medidas de controlo fronteiriço para controlar a propagação do covid-19, como a prova de um teste covid-19 recente, continuam a restringir o comércio informal transfronteiriço e a limitar a entrada de migrantes que trabalham na África do Sul”, acrescenta.
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