Os 10% mais ricos da população moçambicana fazem 43% da despesa total das famílias no país, sobretudo na zona da capital, segundo o mais recente inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O estudo mostra ainda que cada moçambicano gasta, em média, menos de um euro por dia.
“Os 10% mais pobres detêm apenas 0,8% da despesa total e os 10% mais ricos cerca de 43,1%”, lê-se no relatório final do Inquérito sobre Orçamento Familiar 2019/20, consultado esta segunda-feira pela Lusa.
Segundo o estudo, nas cidades é feita, aproximadamente, o dobro da despesa das zonas rurais, lê-se no documento.
Da mesma forma, “as despesas médias mensais das províncias de Maputo e Maputo Cidade correspondem ao dobro da média nacional” – sendo mesmo as únicas a superar a média.
“Os agregados familiares tiveram, em média, um gasto mensal de 8 108 meticais, o equivalente a 1 695 meticais por pessoa”, por dia.
No último inquérito, em 2014/15, a despesa média mensal per capita era mais baixa, no valor de 1 406 meticais.
No entanto, o INE nota que se for considerado o aumento do custo de vida, o valor de 2019/20 é de 1 170 meticais, ou seja, a despesa contraiu-se efectivamente 16,8%.
Em Cabo Delgado, província atingida por uma insurgência armada, a despesa caiu 37%, em Maputo desce 38% e em Gaza, zona atingida por secas e ciclones, o recuo foi de 42%.
Os dados recolhidos incluem despesas em produtos alimentares, bebidas, tabaco, transportes, recargas de telemóvel e compra de outros produtos de consumo frequente e aquisição diária da maior parte das famílias em quantidades pequenas.
Incluem ainda compra de vestuário e outros artigos pessoais, habitação, combustíveis, recreação, electrodomésticos e móveis, saúde e educação.
Agência Lusa