Profissionais de saúde ameaçam voltar à greve caso não sejam observados os acordos das negociações

Profissionais de saúde ameaçam voltar à greve caso não sejam observados os acordos das negociações

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) advertiu ontem que pode voltar à greve caso não sejam observados os acordos das negociações que decorrem com o Governo.

O presidente da APSUSM, o enfermeiro Anselmo Muchave, citado pela STV, declarou que “nós estamos cientes de que o Governo tem de fazer qualquer coisa e é por isso que avisamos que podemos quebrar os acordos a qualquer momento se o Governo não cumprir [a sua parte]”.

Em causa está a interrupção, até 05 de Novembro, da greve convocada pela APSUSM, que abrange cerca de 65.000 técnicos, serventes e enfermeiros do sistema de saúde nacional, funcionários que exigem melhores condições de trabalho.

Anselmo Muchave, afirmou que as negociações com a comissão governamental continuam e actualmente o debate circula em torno das revindicações salariais, embora não haja nada definitivamente acordado sobre a matéria.

“Ainda não temos nada fechado, mas estamos neste compasso de espera para que tudo seja concretizado”, declarou o enfermeiro, acusando o Ministério da Saúde (MISAU) de ter escondido as revindicações dos profissionais no anterior modelo negocial.

“Nós negociávamos com o MISAU e o Ministério não levava as nossas revindicações para quem é de direito”, afirmou Anselmo Muchave, acrescentando que a negociação directa com o Governo facilita o processo.

Entre outros aspectos, a APSUSM exige que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, que têm, em alguns casos, de ser comprados pelos pacientes, adquira camas hospitalares e resolva o problema da “falta de alimentação” nas unidades de saúde.

Os profissionais de saúde também pedem para que o executivo moçambicano equipe ambulâncias com materiais de emergência para suporte rápido de vida ou de equipamentos de protecção individual não descartável, cuja falta de fornecimento vai “obrigando os funcionários a comprarem do seu próprio bolso”.

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