O partido Renamo acusou, esta quarta-feira, em Maputo, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) de trocarem propositadamente os nomes das listas de recenseamento eleitoral em benefício do partido Frelimo e os desfiou a mudar a postura “fraudulenta”.
“Nós aqui temos problemas de nomes. Isso não tem nada a ver com chuva, e é uma prática que acontece sempre, feita de propósito, para prejudicar [a oposição]. Daí que deixamos aqui mais um apelo para que sejam mais responsáveis. Os órgãos eleitorais, o CNE e o STAE central devem ser mais interventivos. Quando há uma queixa dessas devem ser mais activos e proactivos no sentido de solucionar o problema”, disse Glória Salvador, mandatária nacional do partido Renamo.
Ela falava à margem da apresentação do novo calendário de recenseamento eleitoral alterado pelo parlamento. Na ocasião, disse que esse fenómeno é mais notório nos municípios das zonas centro e norte do país.
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“Quase todos os municípios foram prejudicados, principalmente os do norte e centro. O que está a acontecer é que os cadernos eleitorais, que não podem ser alterados, já circulam no partido Frelimo. E já há registos onde inclusive pegam crianças sem idade para recensear, prejudicando quem tem cartão. Essa prática é que deve ser deixada para fora”, frisou.
A mandatária da Renamo apelou ainda para que os órgãos de administração eleitoral garantam uma formação de qualidade de brigadistas e agentes cívicos. Segundo a responsável, a má formação faz com que difundam mensagens incompletas ou distorcidas às comunidades.
As datas de recenseamento eleitoral foram alteradas para evitar que as actividades decorressem em pleno ‘pico’ do período chuvoso.
“Ainda estamos no meio de muita chuva. Mas pelo menos a população já estará a sair das machambas e concentrada, e até onde termina o recenseamento a chuva já estará a abrandar. Esse é um maior ganho para a população”, referiu.
De acordo com o STAE, a exposição do caderno eleitoral com os nomes dos recenseados vai decorrer entre 30 de Abril e 03 de Maio de 2024, após o término do recenseamento, no território nacional e no estrangeiro.
Ainda assim, a Renamo antevê que ocorram fraudes “porque o STAE é tendencioso”. Na visão do partido, é nos cadernos eleitorais onde são incluídas pessoas não legitimadas para votar nas eleições, e acabam criando fraudes nas urnas.
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