​Mais de 41 alunos e 475 professores abandonaram as escolas na província de Cabo Delgado, no ano passado, devido ao terrorismo, revelou, hoje, o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

“Tivemos, em 2023, um pouco mais de 41 mil alunos, entre os quais mais de 20 mil raparigas, que tiveram de se deslocar das suas zonas para outras, para poder ter a oportunidade de continuar os estudos em outros distritos”, disse Manuel Simbine.

Falando em entrevista à Rádio Moçambique, ele destacou, também, a fuga de 475 professores, e escolas que ficaram destruídas.

“Mas já temos o registo de 107 escolas e 387 salas de aula que estão a ser reconstruídas. Também tivemos blocos administrativos atingidos. Cinco sedes distritais foram destruídas, mas já estão em processo de reconstrução”, referiu, notando que os dados podem variar conforme os levamentos ocorrem.

O porta-voz do MINEDH garantiu que a província de Cabo Delgado está a preparar-se ao mesmo nível das outras províncias do país para o ano lectivo de 2024.

“Há condições para o processo de aprendizagem acontecer na tranquilidade. Vamos ter esta oportunidade de reabrir estas 82 escolas para ampliar mais o processo de ensino e aprendizagem e beneficiar mais alunos”, assegurou.

A província de Cabo Delgado tem um total de 1.600 escolas, e no ano lectivo de 2024 vai funcionar com 896 escolas. No ano passado funcionou com 816 escolas. Este ano vão reabrir mais 82 escolas, com destaque para os distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Muidumbe, Nangade, Mueda e Meluco, para atender mais de 23 mil alunos. Entre essas escolas que vão reabrir apenas uma vai leccionar o ensino secundário, avançou.

A província de Cabo Delgado alberga elevados investimentos da indústria extractiva, com destaque para o sector do gás. Desde Outubro de 2017 é afectada pelo terrorismo, já fez milhares de vítimas.