Afinal, por que o Tribunal Supremo cancelou a conferência de imprensa sobre eleições autárquicas?

Afinal, por que o Tribunal Supremo cancelou a conferência de imprensa sobre eleições autárquicas?

As eleições autárquicas de 11 de Outubro de 2023 estiveram recheadas de irregularidades, batendo recorde de processos submetidos ao Tribunal Supremo (TS) relativamente às últimas eleições presidenciais.

Enquanto decorria o tratamento de processos submetidos ao Conselho Constitucional (CC) e várias vozes e entidades renomadas no circuito político em Moçambique apresentavam publicamente seus posicionamentos, o TS convocou uma conferência de imprensa para, igualmente, apresentar ao público as suas avaliações e constatações do processo. No entanto, a conferência foi cancelada na última hora, sem qualquer argumento. Tal ia decorrer antes da apresentação pública dos resultados validados em Acórdão pelo CC.

Na terça-feira, o porta-voz do TS explicou, através do canal televiso STV, as razões para o recuo da decisão de se realizar o encontro com jornalistas. Ele disse que alguns aspectos precisavam de ser amadurecidos e que a própria sociedade se encarregou disso.

“Se eventualmente a nossa intervenção tivesse sido naquela altura, estaríamos a trazer alguma confusão no processo”, disse.

Ele garantiu que o cancelamento do encontro com a imprensa não teve mão externa, ou seja, o TS não foi pressionado para fazê-lo.

“Não. Nós não trabalhamos sob pressão. Verificamos, simplesmente, que não era oportuno”, disse, notando que o propósito da conferência de imprensa era de partilhar dados estatísticos do processo eleitoral.

“Eventualmente, haveríamos de tocar em outros aspectos. Mas preferimos dar tempo ao tempo e as questões foram amadurecendo. Nós achamos que era necessário deixar o Conselho Constitucional terminar o seu trabalho de validação do processo eleitoral”, referiu, notando que agora é momento de debate, até para se produzirem recomendações.

Por outro lado, Nhatitima disse que o TS está satisfeito e orgulhoso com o trabalho realizado pelos tribunais judiciais de distritos no período eleitoral, até porque, eventualmente, tenham trazido desafios para o CC produzir a sua jurisprudência.

“O número de contenciosos que deram entrada, só foram em 65 autarquias, é muito superior às últimas eleições presidenciais. Nas últimas eleições presidenciais tivemos cerca de 54 recursos eleitorais, e nesta autárquicas estamos com 91 recursos de contenciosos. Isto significa maturidade por parte dos partidos políticos. É isso que nós pretendemos”, referiu.

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