Manuel de Araújo rebocado por oito agentes da UIR encapuzados. “Fizeram-me sevícias”

Manuel de Araújo rebocado por oito agentes da UIR encapuzados. “Fizeram-me sevícias”

“Eles pegaram-me e atiraram-me para o carro, Mahindra”

O Presidente do Conselho Autárquico de Quelimane, na província da Zambézia, Manual de Araújo, que procura renovar seu mandato, foi rebocado e detido, na madrugada de hoje, por oito agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da Polícia da República de Moçambique.

“Fui detido por cerca de uma hora, pelo comandante da Unidade de Intervenção Rápida que me encontrou no campo municipal, no bairro Primeiro de Maio, conhecido como campo do Benfica. Quando ele chegou, eu estava a conversar com um contingente de 12 polícias da PRM. Estes queriam saber se podiam movimentar a urna antes das respectivas acta e edital. [em seguida] o comandante da UIR perguntou; ‘por que é que vocês estão a conversar com este? Não têm nada para fazer com este?’. Eu parei para ouvir. Ele chegou e disse: ‘apertem o cerco!’. Vieram oito homessa da UIR com capuz na cara, que me cercaram, me apertaram. Um pegou-me no braço esquerdo, outro no direito. Empurraram-me. Fizeram-me sevícias e cotoveladas. E eles levaram-se para um carro”, contou Manuel de Araújo, citado pela TV Sucesso.

O candidato da Renamo falava instantes após ser restituído à liberdade, enquanto um aparato policial bloqueava a avenida de acesso à esquadra policial, devido à moldura populacional que a aguardava a soltura.

Na ocasião, Mano Mané, como é conhecido da sua cidade, contou que questionou ao comandante a necessidade de o levar à esquadra policial no carro, tendo sugerido que o fizesse à pé.

“Não é preciso usar a força. O senhor diz o que quer de mim”, continuou. “Quer que eu vá à pé ou no seu carro, eu vou”, frisou.

Ele referiu que essa tentativa de diálogo foi fracassa, tendo a UIR utilizado a força. “Eles pegaram-me e atiraram-me para o carro, Mahindra. Apertaram-me. Saíram à grande velocidade, lá do campo municipal, até aqui. Quando cheguei atiraram-me. Não caí porque Deus existe”.

Algumas entidades do Estado foram até à esquadra para se inteirarem do ocorrido e determinaram inexistir razões para o manter detido.

O edil de Quelimane promete recorrer às instâncias legais para averiguar a situação que o colocou na situação de “marginal”.

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