RESPEITO pelo pluralismo político é o que os analistas baseados na cidade da Beira, consideram como podendo constituir um dos desafios de Cecília Chamutota, nova Secretária de Estado da província de Sofala, indicada recentemente pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, para suceder Stella Zeca.
Cecília Chamutota exercia a função de Vice-ministra das Obras Publicas e Recursos Hídricos, passando a suceceder Stella Zeca, que foi apontada para cabeça de lista da FRELIMO na corrida eleitoral para a autarquia da Beira.
Para o jornalista Fernando Cerveja, o pouco tempo que resta para o fim do quinquénio, tornará dificil a sua convivência política, atendendo ao facto de a província de Sofala constituir um dos pontos de confluência e de aceitação de quase todas as formações políticas.
“Se pretender sair-se bem, a nova Secretária de Estado deverá saber ser e estar perante diferentes actores políticos, pois é da política que caracteriza a vida dos cidadãos na província de Sofala. Poderão achar certo exagero, mas é nesta parcela do país que se cultiva a democracia. A equidistância é requerida, pois ela representa o Chefe de Estado nesta parcela do país”, disse Cerveja, explicando que se se deixar entreter apenas pelo seu partido FRELIMO, em detrimento de outros, conhecerá descontentamento.
“A população da província de Sofala é sensível ao pluralismo político, por isso que a nova chefe deve seguir estes traços, procurando sempre, o equilíbrio na sua governação”, explicou aquele profissional de comunicação social.
Já o jornalista Francisco Raiva é da opinião que aprenda dos mais notáveis políticos naquela província, para poder avançar. “É importante que explore os que já actuam há bastante tempo, é o caso de Lourenço Bulha e outros do seu partido, buscando a experiência de lidar com pessoas diferentes. Caso não resultados esperados, temos aqui figuras religiosas a quem os governantes se inspiram”, explicou Raiva
De acordo com Francisco Raiva, os antigos governadores, tais como Alberto Vaquina, Félix Paulo, Felício Zacarias e Helena Taipo, recorreram ao então arcebispo da Beira, Dom Jaime Gonçalves, para a busca de conselhos sobre como governar sem mácula. “às vezes isso pode pegar, mas numa primeira fase devia recorrer aos políticos mais experimentados do seu partido. Lourenço Bulha pode ser um deles, poderá dar-lhe alguns conselhos. De resto este é um desafio que terá de enfrentar nestes poucos meses quando falta o quinquénio”, explicou Raiva.
Por seu turno, o jornalista do Canal de Moçambique, José Jeco, aponta a convivência política e governativa como sendo de grande importancia. “ Temos por um lado um município que é governado por outro partido politico, neste caso o MDM, mas tudo é Estado. Há uma necessidade da nova Secretária de Estado, de tempos em tempos inteirar-se do seu funcionamento e partilhar os seus conhecimentos ou o que acha. Por bem, ela deve reunir com os politicos e outras forças vivas da sociedade, isso ajuda para a promoção da paz”, considera José Jeco.
Combate a corrupção, acessibiidade e educação
Outras áreas que mereceram análise como desafio da nova SE são as de combate a corrupção acessibilidade, educação e saúde.
O Padre Suade José Suade, que também é comunicólogo, elegeu o combate a corrupção como uma das áreas que a nova chefe de Sofala pudesse trabalhar a fundo. “ Se for a fazer uma análise mais profunda poderá perceber que todas as instituições públicas estão enfermadas da corrupção. Parece que normalizou-se, nada fazem sem pedir algo, ou mesmo criam barreiras em exercer o seu trabalho para o fim de caçar favores”.
Quanto as vias de acesso, Fernando Cerveja refere na entrevista ao Moz News, que a província de Sofala é a que mais vias de acesso estão degradadas.
Francisco Raiva elegeu as escolas cujas crianças ainda estudam sentadas no chão por falta de cadeiras, ao que José Jeco sugere que se possa dar a voz de comando para se extrair a madeira em toro que está apodrecendo, sem dono em alguns distritos, para se fazer carteiras.
Na área da saúde, o atendimento continua insípido, conforme explicou Fernando Cerveja, “ me parece que alguns profissionais da saúde continuam verificando greve. A sua maneira de trabalho em algumas unidades sanitárias deixa a desejar. Mas o que pretendo falar com incidência é das vias de acesso na província de Sofala. Ela que vem do Ministério das Obras Publicas, acho que poderão lhe dar ouvidos e reparar as estradas”, explicou .
Cecília Chitoto poderá receber as rédeas de direcção da província nesta quinta-feira, numa cerimónia pública nas instalações da Universidade Licungo, na cidade da Beira.
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