A agência de notação financeira Standard & Poor`s subiu o `rating` de Moçambique para CCC+, depois de ter colocado o país em Incumprimento Selectivo durante um dia, “para sinalizar que houve falhas nos pagamentos” no princípio deste ano.
Moçambique viu assim a análise da S&P sobre as emissões soberanas domésticas piorada em um nível, de B- para CCC+, mas manteve inalterado o `rating` relativo às emissões internacionais, nomeadamente os Eurobonds, sobre os quais não houve qualquer atraso, mantendo-se, por isso, em CCC+/C.
“Nas emissões em moeda externa, tiveram algumas questões a nível bilateral, mas continuaram a pagar na totalidade e em tempo nos compromissos de dívida comercial; Nós avaliamos a capacidade e vontade de pagar a dívida comercial, mas no caso da bilateral, mesmo que se atrasem, isso não implica um mexida no rating”, explicou o analista.
Questionado sobre a razão de o rating ter sido revisto de `default` para um nível abaixo do que estava, o analista argumentou que a situação macroeconómica mudou desde a última avaliação.
“Ainda sentimos, mesmo tendo sido resolvido, que há questões sobre o sistema de pagamento que podem ter sido tratadas antes”, argumenta, acrescentando que houve outros factores: “as pressões inflaccionários aumentam os custos no sistema, nos salários e noutras linhas de defesa, as autoridades enfrentam um aperto orçamental que reduz a quantidade de dinheiro disponível para pagamento de dívida, mesmo no mercado doméstico”.
Sobre a importância para a economia dos investimentos nos grandes projectos de gás natural no norte do país, o analista responsável na S&P assume que são fundamentais para transformar a economia moçambicana, e por isso conclui que até os projectos entrarem em funcionamento e o gás começar a ser exportado, a situação macroeconómica do país não vai mudar substancialmente.
“Doravante, até vermos os grandes projetos de gás a funcionar, as pressões orçamentais vão continuar e isso afeta o `rating` da moeda local”, concluiu. (rtp)
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