A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estendeu os cortes na produção do crude para 2024. Só a Arábia Saudita vai realizar um corte voluntário e profundo de um milhão de barris por dia a partir de Julho, na tentativa de fazer subir os preços do petróleo.
A Arábia Saudita e outros produtores da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados) fizeram um anúncio, após a sua reunião em Viena no domingo: vão manter o actual corte de produção de petróleo até o final de 2023 e estendê-lo a todo o ano de 2024.
Esta é uma tentativa de interromper a queda que os preços do petróleo adquiriram este ano. Nos quinze meses entre Março de 2022 e Junho de 2023, o preço do barril de Brent, o petróleo de referência na Europa, caiu cerca de 50%, passando de 130 para 76 euros.
Já em Outubro a organização tinha acordado uma redução para dois milhões de barris por dia a partir de Novembro. Além disso, de surpresa, em Abril aprovaram outro ajuste voluntário de 1,6 milhão de barris por dia.
O príncipe saudita Abdelaziz bin Salman disse que o novo conjunto de metas de produção é “muito mais transparente e muito mais justo”.
Esta organização, que muitos analistas a categorizam como “cartel” representa cerca de 40% da produção de crude mundial, o que significa que qualquer decisão tomada no seio do grupo repercute imediatamente a nível internacional, impactando sobretudo os países que apenas importam e cujos orçamentos de Estado não previam cortes sucessivos ou abruptos.
Embora este acordo seja resultado de uma decisão conjunta, a distribuição dos cortes foi controversa, com muitos membros africanos inicialmente resistindo aos esforços para reduzir as suas linhas de base de produção.
Países como Angola e Nigéria, que lutam há anos para atingir as metas de produção existentes após anos de pouco investimento relutavam em reduzir a produção. Porém o relatório final revelou que esta medida deve alinhar as metas de produção com a produção real sem impactar a capacidade de produção de ambos os países.
Os Emirados Árabes Unidos, por sua vez, foram autorizados a aumentar as metas de produção em cerca de 200 mil barris por dia para 3,22 milhões.
O gigante russo também pode ter suas metas de produção reduzidas, dependendo das conclusões de uma revisão dos níveis actuais de produção por especialistas independentes. O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, mostrou-se confiante e acredita que a organização consegue sempre “encontrar um terreno comum” para todos os membros. (Expresso/RFI)
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