Os trabalhadores da Lusa vão iniciar hoje uma greve de quatro dias até ao dia 2 de Abril, domingo. Os três sindicatos de trabalhadores da agência — Sindicato dos Jornalistas, dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Sector de Serviços (SITESE) — reuniram-se na quarta-feira em plenário e consideraram a contraproposta da administração insuficiente.
“As pessoas neste plenário foram muito claras em dizer que o valor é muito baixo. Mantém-se a luta”, disse a jornalista da Lusa, Susana Venceslau. A trabalhadora da agência acredita, “sinceramente, que vai haver boa adesão”, apesar de o número de trabalhadores que escolham fazer greve ser difícil de prever.
De acordo com o Observador, a greve deriva do descontentamento com os aumentos dos ordenados propostos pela administração da Lusa, e os protestos visam reivindicar aumentos salariais dignos.
A manutenção da greve foi aprovada com 105 votos a favor, enquanto 28 trabalhadores votaram pelo adiamento da greve enquanto durarem as negociações. Houve três abstenções.
“Os trabalhadores da Lusa decidiram em plenário realizar uma greve de quatro dias entre as 00:00 de hoje, 30 de março, quinta-feira, e as 00:00 de 03 de abril, segunda-feira. O normal serviço da Lusa poderá, por isso, sofrer perturbações durante este período”, lê-se numa publicação no portal da agência.
O plenário foi convocado na sequência de uma reunião com a administração nesta segunda-feira, na qual foi apresentada aos trabalhadores uma proposta de subida dos salários de 35 para 74 euros. Insatisfeitos, os três sindicatos apresentaram uma contraproposta na terça-feira, baixando o pedido de aumento salarial de 120 euros para 100 e pedindo o aumento do subsídio de alimentação para o valor máximo não tributado e a aglutinação do subsídio de transporte sem aumento (actualmente, os 69 euros de subsídio são pagos em duas fracções). A administração não aceitou.
Depois dos quatro dias de greve, os sindicatos não têm previstas outras acções. No entanto, Susana Venceslau sublinha que “o processo negocial se mantém”.
Em comunicado, os sindicatos confirmaram que esta quinta-feira, dia 30, está marcada uma concentração entre as 10 e as 13 horas locais, em frente à sede da Lusa em Lisboa e em frente à delegação do Porto. Na sexta-feira os trabalhadores vão concentrar-se em frente à residência oficial do Primeiro-Ministro entre as 11 e as 13 horas na Rua de Borges Carneiro, em Lisboa.
Os trabalhadores da Lusa aprovaram a greve de quatro dias a 15 de Março, com 155 votos a favor e uma abstenção, segundo uma nota emitida pelo Sindicato dos Jornalistas.
O anúncio do protesto já tinha sido feito no início de Março, depois de a administração da Agência ter apresentado uma contraproposta de aumento salarial de 35 euros, em resposta ao pedido de 120 euros feito pelos trabalhadores.
A 3 de Novembro de 2022, os trabalhadores da agência aprovaram um caderno reivindicativo que incluía, além da proposta de aumento salarial, a actualização do subsídio de refeição, a criação de um subsídio parental de 100 euros por cada filho, entre outros. (Lusa/Público)
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