O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não-governamental (ONG) denunciou que o agente da Polícia de Trânsito identificado por Cláudio Jeque, que agrediu um jovem, até hoje continua em liberdade.
O caso ocorreu na madrugada de último domingo (19 de Fevereiro), quando um jovem de 34 anos de nome Armando Adriano foi agredido nas costas com recurso a uma garrafa por um agente da Polícia de Transito, no município da Matola, de acordo com o comunicado do CDD.
A ONG conta que a vítima estava a consumir bebidas alcoólicas na madrugada de domingo na companhia de amigos, no terminal de transportes de passageiros na Matola C.
“Depois apareceu o meu vizinho com um amigo, que é Polícia de Trânsito. Eu fui ao encontro do meu vizinho e começamos a conversar sobre aviões. E como estávamos a beber, falamos em voz alta e o amigo do meu vizinho pensou que estivéssemos a discutir. Ele veio ameaçar-me dizendo que era agente da polícia. Eu respondi que não me interessava a sua profissão, tanto mais que ele não estava em serviço”, disse a vítima citada pela ONG.
“Eu fiquei convencido de que o problema tinha sido ultrapassado e dirigi-me a uma mesa para sentar. Foi nesse momento que ele pegou na garrafa, partiu e disferiu vários golpes nas minhas costas. O meu irmão que estava no local tentou convencer a ele para irmos até ao posto policial, mas não aceitou”, contou a vítima ainda citada num documento da ONG.
A ONG conta que, após o caso. o jovem agredido submeteu a queixa no Posto Policial da Matola C e depois seguiu para o Hospital Provincial da Matola, onde terá sido socorrido.
“No hospital aconselharam-me a não fazer trabalhos pesados durante 30 dias. Eu estou na construção civil e trabalho por conta própria. Então, não sei como vou sustentar a minha família durante os 30 dias em que não devo fazer trabalhos pesados”, referiu o jovem num documento produzido pela ONG.
O CDD diz que a atitude do agente da PRM revela abuso de autoridade. “Acresce-se o facto de quatros dias de provocadas ofensas corporais num cidadão indefeso, o agressor continua em liberdade e a exercer as suas funções na Polícia como se nada tivesse acontecido”, denuncia a ONG.
“Não chegou a ser detido preventivamente, como aconteceria com um cidadão comum que cometesse aquele tipo de ofensas corporais. Não há informações de que o polícia agressor foi notificado para ser ouvido em relação ao Caso”, refere ONG no seu documento.
A ONG vai mais longe e acusa a corporação da polícia de pautar pela impunidade.
“Esta actuação de Polícia prova, mais uma vez, a impunidade que reina na corporação. É o sentimento de impunidade na PRM que serve de ′incentivo′ para muitos agentes violarem de forma sistemática os direitos humanos”, refere a ONG.
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