Dívidas Ocultas: Ministério Público arresta luxuoso património dos réus

A justiça moçambicana vai penhorar bens de alguns dos réus envolvidos no maior caso de corrupção do país “Dívidas Ocultas”, supostamente por terem sido adquiridos com o dinheiro do calote financeiro de mais de 2,2 mil milhões de dólares.

Um portal nacional avança que o património mais alucinante, ou de tirar o fôlego, pertence a António Carlos Do Rosário, antigo Director de Inteligência Económica do Serviço de Informação e Segurança de Estado (SISE) e também Presidente do Conselho de Administração da três empresas criadas na origem do escândalo financeiro, nomeadamente Ematum, MAM e ProIndicus.

De acordo com a fonte, que alega possuir o Requerimento submetido pelo Ministério Público ao Tribunal, a pedir o arresto dos bens dos 19 arguidos, só daquele espião do SISE serão penhorados 40 imoveis, alguns registados em seu próprio nome e outros em nome da Indico Property – Sociedade Unipessoal Lda.; Txopela Investiments S.A.; e a Mabassa Hotel Lda. – empresas por si utilizadas para a suposta lavagem de dinheiro.

Diz o portal que António Carlos Do Rosário é proprietário, por exemplo, de 30 apartamentos do “tipo 1”, que se encontram entre o 11º e 18º andar do prédio Xenon Urban Apartments, na Avenida Julius Nyerere, em Maputo. No mesmo edifício, o réu é dono de uma loja (no rés-do-chão), um auditório, um escritório, uma sala de reuniões, e um apartamento do “tipo 2”. Detém ainda uma fracção autónoma do “tipo 3” no 18º andar daquele prédio na zona nobre da capital de Moçambique e um terraço com piscina.

Segundo os magistrados do Ministério Público, Do Rosário é ainda proprietário de quatro imóveis, localizados na cidade de Quelimane, província da Zambézia. É ainda proprietário de cinco apartamentos no Condomínio Zimpeto, no bairro com o mesmo nome, arredores de Maputo, ao lado da Universidade Joaquim Chissano (antigo Instituto Superior de Relações Internacionais – ISRI). Tem uma casa na Avenida Ahmed Sekou Touré, na cidade de Maputo e um armazém (nos armazéns ZTC) no bairro do Zimpeto, nas proximidades da oficina de Inspecção de Veículos, ao longo da Estrada Nacional nº 1.

No luxuoso bairro Belo Horizonte, no Município de Boane, António Carlos Do Rosário é proprietário de um imóvel R/C e 1º andar, ainda em construção, e de 16 parcelas de terra. É ainda proprietário de dois terrenos, sendo um no bairro da Costa do Sol (cidade de Maputo) e outro no distrito de Pebane, província da Zambézia.

No seu requerimento, o Ministério Público diz que vai igualmente arrestar 15 talhões pertencentes a Manuel Renato Matusse, no bairro do Romão, na cidade de Maputo, mesmo bairro onde reside o ex-Chefe de Estado, Armando Emílio Guebuza. Também será penhorada uma residência, localizada no bairro Muzingane, no distrito de Limpopo, província de Gaza.

Já para a antiga Secretária de Guebuza, Maria Inês Moiane Dove, o Ministério Público vai arrestar um imóvel no bairro Triunfo, na cidade de Maputo, um salão de eventos, designado “Quinta Happy”, na Matola Rio, distrito de Boane, província de Maputo e uma parcela, localizada no bairro da Polana Caniço, também na cidade de Maputo.

Por sua vez, Cipriano Mutota vai perder três imóveis, sendo dois nos bairros 25 de Junho A e B, na cidade de Maputo, e um no bairro Mapulango, no distrito de Marracuene, província de Maputo.

Já Teófilo Nhangumele, Zulficar Ali, Bruno Langa e Fabião Mabunda irão perder cada apenas uma casa. Teófilo Nhangumele e Bruno Langa vão perder as suas casas que se localizam no bairro Djuba, no distrito de Boane, província de Maputo, enquanto Zulficar Ali irá perder uma casa que está localizada na Avenida Mao Tsé Tung e Fabião Mabunda vai perder uma casa que está no bairro de Magoanine “A”.

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