Covid-19. África do Sul fabrica vacinas com dados da Moderna

A empresa sul-africana Afrigen Biologics utilizou a sequência disponível da vacina mRNA covid-19 da Moderna para produzir a sua própria versão da vacina, que até antes do final de 2022 pode ser testada em humanos.

“Não copiámos Moderna, desenvolvemos os nossos próprios processos porque Moderna não nos deu qualquer tecnologia”, disse Petro Terblanche, director-geral da Afrigen.

Além de ser a primeira vacina mRNA concebida, desenvolvida e produzida à escala laboratorial no continente africano, a vacina da Afrigen pode tornar-se a primeira a ser fabricada com base numa vacina mundialmente utilizada, sem a assistência e aprovação do fabricante.

“Se este projecto mostrar que a África pode adoptar tecnologia de ponta e produzir produtos de ponta, isto vai afastar esta ideia de que a África não o pode fazer e mudar a mentalidade a nível mundial … isto pode ser uma mudança de atitude”, disse Charles Gore, director executivo da MPP.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu, no ano passado, um consórcio, incluindo a Afrigen, para um projecto-piloto destinado a dar aos países pobres e de rendimento médio o “know-how” para fazer vacinas anti covid-19, após os líderes de mercado de vacinas covid do mRNA, nomeadamente a Pfizer, BioNTech e Moderna terem recusado um pedido da OMS para partilhar a sua tecnologia e perícia.

As empresas argumentavam que precisam de supervisionar qualquer transferência de tecnologia devido à complexidade do processo de fabrico.

Biovac, um produtor sul-africano de vacinas parcialmente estatal, será o primeiro destinatário da tecnologia do centro. A Afrigen também concordou em ajudar a formar empresas na Argentina e no Brasil.

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