Robustez empresarial regista ligeira melhoria no segundo trimestre

A actividade empresarial conheceu uma tímida recuperação no segundo trimestre deste ano em resultado do alívio das medidas de contenção da propagação do Covid-19, a par do arranque da comercialização agrícola e o início das exportações das commodities agrícolas e produtos pesqueiros.

Como corolário, o Índice de Robustez Empresarial melhorou de 28 para 29%, influenciado pela reanimação da actividade económica nos sectores da agricultura, hotelaria e restauração, comércio e serviços e transportes, que beneficiaram também do alívio das medidas de contenção do Covid-19 decretado de Abril a Junho.

Dados apresentados ontem pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) indicam que, durante o período em referência, o ambiente macroeconómico também registou ligeira melhoria, tendo aumentado em quatro pontos percentuais, de 46,0 para 50%.

O presidente da CTA, Agostinho Vuma, apontou que o ambiente de negócios no segundo trimestre foi marcado por algumas alterações regulatórias com impacto positivo na actividade empresarial, nomeadamente no alívio das medidas restritivas de combate à pandemia do Covid-19; revogação das taxas de assistência e fiscalização abordo nos postos fronteiriços; e lançamento da Central de Registo de Garantias Mobiliárias.

Todavia, a entrada em vigor do novo Regulamento das Custas da Jurisdição Administrativa, que institui o agravamento do valor das custas em cerca de 170%, exacerbou os custos transaccionais às empresas que ainda se debatem com os efeitos nefastos da pandemia do Covid-19.

Referindo-se às perspectivas, os empresários, de forma geral, esperam que o desempenho empresarial retroceda devido à retoma das medidas restritivas recentemente anunciadas pelo Governo em face do surgimento da nova vaga de propagação da pandemia viral, a variante Delta. Argumentam que estas medidas irão limitar, mais uma vez, o funcionamento da máquina empresarial, num momento de ausência de medidas de estímulos e apoio ao sector empresarial.

“O nosso grande receio é que, na falta de estímulos ao sector empresarial, estas medidas restritivas podem resultar numa situação pior que a observada no primeiro semestre do ano, período em que se registou perda de cerca de 802 postos de trabalho em 90 empresas”, aponta o sector empresarial.

Adicionalmente, segundo a CTA, a recente aprovação do Regulamento de Selagem de Bebidas Alcoólicas e Tabaco Manufacturado, que não incorpora as preocupações levantadas pelo sector empresarial em relação a este procedimento, irá, certamente, contribuir negativamente para o desempenho empresarial no próximo trimestre.

Entretanto, os últimos desenvolvimentos na zona norte, partilhados recentemente pelo Presidente da República, abrem nova janela de esperança para o restabelecimento da segurança e estabilidade nas localidades afectadas pelo terrorismo na província de Cabo Delgado, o que possibilitará a retoma dos projectos de óleo e gás, com o positivo impacto que isso poderá ter na economia.

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