Governo Nyusi confirma presença de tropas do Ruanda em Cabo Delgado

O Presidente da República confirmou na sexta-feira, 9, em Mueda, província de Cabo Delgado a chegada de forcas militares do Ruanda para ajudarem no combate aos terroristas que atacam populações e instituições do Estado, incluindo Forcas de Defesa e Segurança desde 2017.

Antes, o Governo do Ruanda tinha anunciado, em comunicado o envio, a partir da sexta-feira, de mil membros das Forças Armadas e da Polícia.

Numa parada com membros das Forcas de Defesa e Segurança, Locais, Filipe Nyusi disse que a chegada de tropas ruandesas “foi coordenada com a países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)” da qual Ruanda não faz parte.

“Pedimos apoio aos nossos amigos do Ruanda, e eles (tropas), já começaram hoje a chegar, esperamos que os ruandeses trabalhem bem com os nossos jovens”, afirmou Nyusi, quem reiterou que o seu Governo “nunca recusou o apoio internacional à luta contra o terrorismo”, disse Filipe Nyusi citado pela VOA.

“O que se passou foi que ainda estávamos a organizarmo-nos para receber esse apoio”, concluiu.

É a primeira vez que o estadista moçambicano anuncia publicamente o envolvimento do Ruanda nos esforços para combater terroristas em Cabo Delgado.

Entretanto, também na sexta-feira, o Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) informou que vai iniciar as suas operações em Moçambique a partir do próximo dia 15, por um período de três meses, que pode ser alargado, dependendo da evolução da situação no terreno.

A informação vem inserida num comunicado enviado ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que deverá partilhá-la com o Conselho de Segurança da organização.

Segundo o comunicado, a missão tem como objectivos, “apoiar a República de Moçambique no combate aos actos de terrorismo e à violência extremista, além de ajudar o país na restauração do Estado de Direito nas áreas afetadas da província de Cabo Delgado”.

A guerra movida por insurgentes no Norte do país já matou mais de duas mil pessoas e provocou cerca de 900 mil deslocados desde 2017 em Cabo Delgado.

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