A empresa sul-africana de telefonia móvel, Vodacom, vai adquirir uma participação maioritária à sua empresa-mãe britânica Vodafone Egipto por 2,7 mil milhões de dólares, numa perspectiva de ampliar a sua presença no continente africano.

De acordo com o Director-executivo da Vodacom, Shameel Joosub, um dos maiores atractivos no mercado egípcio é que a maioria dos cem milhões de habitantes não utiliza bancos tradicionais. Isto permite à operadora lançar com sucesso os seus serviços de dinheiro móvel através da plataforma M-pesa.

“Existem oportunidades significativas para impulsionar a nossa plataforma de serviços financeiros”, disse Joosub. “Não pretendemos entrar em outras geografias, mas fazer crescer os nossos serviços financeiros em todo o continente”.

A empresa com sede em Joanesburgo, que é detida em mais de 60% pelo Grupo Vodafone, vai emitir novas acções para cobrir 80% do custo de aquisição do líder do mercado egípcio.

O acordo entre as partes é um ganho para a Vodacom conquistar outros mercados e apresentar um maior desafio à arqui-rival MTN, o maior operador do continente.

E, por outro lado, o entendimento com a Telecom Egypt – que renunciou à regra de que uma oferta obrigatória seja feita pelas suas acções no caso de uma mudança de controlo –, vai alavancar o crescimento dos lucros operacionais a médio prazo para dois dígitos.

Para a Vodafone, permite à empresa avançar com um plano de consolidação das suas operações no continente, sob a liderança de Joosub. A operadora britânica tinha estado a analisar uma potencial venda da sua participação maioritária na Vodafone Ghana ao seu parceiro sul-africano.

As acções da Vodacom aumentaram até 3,8% no início do ano comercial em Joanesburgo, o máximo em sete semanas, valorizando a empresa em mais de 259 mil milhões de rands.