O primeiro-ministro, Adriano Maleiane, defendeu hoje no parlamento que a vida está a voltar à normalidade nos distritos afectados por ataques armados na província de Cabo Delgado, apesar de novas vagas de violência.
“Em relação às acções de combate ao terrorismo, as Forças de Defesa e Segurança, em coordenação com as forças da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e do Ruanda, registam progressos que estão a permitir o retorno da população às zonas de origem, assim como a normalização gradual da vida nas zonas afectadas”, declarou Maleiane citado pela Lusa.
O governante falava na Assembleia da República, no discurso introdutório da sessão de perguntas ao Governo sobre o combate ao terrorismo no país.
Maleiane disse perante os deputados que 1.569 funcionários do Estado regressaram à actividade permitindo a reposição de serviços da administração pública em vários distritos.
Foram reparadas linhas de energia eléctrica de média tensão em subestações destruídas pelos insurgentes e restabelecido parcialmente o fornecimento de electricidade nos seis distritos mais atingidos pela violência armada, prosseguiu.
O primeiro-ministro apontou igualmente a reposição de pontes e estradas, bem como a distribuição de equipamento de produção agrícola, como provas de que a segurança foi restabelecida nas áreas antes flageladas pela acção de grupos armados.
Apesar da libertação da zona dos projectos de gás, Maleiane não se referiu a novas vagas de ataques no sul da província e em Nampula, desde Junho, provocando várias mortes, novas vagas de deslocados e interrupções no funcionamento de minas de grafite e rubis.
A invasão de aldeias tem prevalecido também nos distritos de Macomia e Muidumbe.
A província de Cabo Delgado é palco de uma insurgência armada desde 2017 com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
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