Estão disponíveis cerca de USD 16,5 milhões, para financiar projectos agrícolas em todo o país. Os fundos são da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que serão geridos pelo Absa Bank Moçambique.
O fraco financiamento aos projectos agrícolas no país continua a ser uma das principais limitações para o desenvolvimento da cadeia de valor e foi sob essa tónica que o Governo americano e a instituição financeira assinaram, esta terça-feira, um acordo para o financiamento em causa.
Segundo “O País”, no total, são cerca de 30 projectos que poderão ser abrangidos durante os próximos seis anos. Estes projectos devem ter capacidade de produzir para responder às necessidades internas do país.
A propósito, o director da Banca Corporativa e de Investimento do Absa Bank Moçambique acredita que as linhas de crédito a serem canalizadas na cadeia de valor, poderão aumentar a produção e produtividade de bens alimentares, que por sua vez possibilitarão reduzir, por exemplo, a importação de bens alimentares.
“Este financiamento tem o potencial de apoiar o crescimento do sector agrícola, pois ao aumentar a capacidade financeira dos produtores, a renda dos mesmos também vai aumentar significativamente”, disse Bernardo Aparício.
Segundo Aparício, a nova linha de financiamento tem a particularidade de priorizar também projectos agrícolas geridos por mulheres, no âmbito do programa de desenvolvimento destas a nível socioeconómico.
Para adesão ao financiamento, os interessados terão de reunir todos os critérios como a concepção de projectos viáveis, capazes de desenvolver o sector, sobretudo os que poderão contribuir para a redução de importação de produtos e que envolvam vários intervenientes da cadeia de valor.
“Sabemos que o sector agrícola representa 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e grande parte da força de trabalho e em cada um destes projectos, há pelo menos 300 ou 500 pessoas envolvidas. Portanto o impacto é maior”, afirmou.
Já a directora da USAID, Helen Pataki, afirmou que o fundo deve ser capaz de gerar mais emprego nas zonas rurais e que os produtos a serem gerados possam ser exportados pelo bem da economia local. A dirigente também focou o seu discurso mais para o empoderamento financeiro da mulher.
“Gostaríamos de enfatizar a nossa preocupação conjunta em envolver cada vez mais a mulher rural e a mulher empreendedora no acesso ao crédito, mas também em dar mais oportunidade para que elas participem em actividades produtivas e geradoras de rendimento”, sublinhou Helen Pataki.
A iniciativa tem uma duração de seis anos e os valores a serem desembolsados variam entre USD 50 mil e USD 3 milhões.