O tribunal de Nova Iorque condenou o cantor e compositor Robert Sylvester Kelly (R. Kelly), esta segunda-feira (27), por tráfico sexual e extorsão. O cantor usou do seu bom-nome e estatuto de “superstar” para comandar um esquema de tráfico sexual por cerca de 20 anos, disse a acusação.
A acusação sustenta-se no argumento segundo o qual, o conjunto de assessores e gerentes que ajudavam o dono do sucesso “I believe i can fly” a conhecer meninas e mantê-las caladas era equivalente a um empreendimento criminoso.
A procuradora assistente dos EUA, Maria Cruz Melendez, argumentou que Kelly era um abusador em série que “mantinha o controle sobre essas vítimas usando todos os truques do manual do predador”.
As testemunhas – em condição de anonimato por temerem represálias dos fans de Kelly – relataram que o cantor de 54 anos de idade as submeteu a várias situações perversas e sádicas quando eram menores de idade. Nesse aspecto, um dos casos mais sonantes é o casamento do astro com a cantora Aaliyah, em 1994, quando esta tinha apenas 15 anos de idade.
Segundo avança o Voa, anos depois, em 2002, o cantor foi preso acusado de abusar sexualmente e urinar em uma rapariga de 14 anos, tudo registado em vídeo. Os jurados viram vídeos caseiros de Kelly envolvendo-se em actos sexuais que os procuradores disseram não serem consensuais.
A defesa rotulou as acusadoras de “groupies” e “stalkers”, expressões para meninas que se infiltram em bandas ou músicos e perseguidoras, respectivamente. Deveraux Cannick, advogado de defesa, questionou o facto de as moças aceitarem manter relações sexuais se pensavam que estavam a sofrer abusos.
Robert Sylvester Kelly, está preso sem fiança desde 2019. O julgamento foi adiado pela pandemia de coronavírus e a mudança de última hora de Kelly na sua equipa jurídica.
Quando finalmente começou, a 18 de Agosto, os procuradores pintaram o cantor de 54 anos como um filho homem mimado e maníaco por controle. As suas acusadoras disseram que tinham ordens de chamá-lo de “papá”.