O Ruanda tenciona enviar mais tropas para a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, para preencher o vácuo deixado pela saída da Missão Militar da SADC em Moçambique (SAMIM), cujo mandato expira em Julho próximo, revelou um comandante sénior das Forças de Defesa do Ruanda (RDF).
Segundo as autoridades ruandesas, citadas pela AIM, a logística deverá ser financiada por novas verbas da União Europeia (UE).
“Actualmente, Ruanda possui um efectivo de cerca de 2.500 homens em Moçambique”, disse aos jornalistas, em Kigali, o Brigadeiro-General Patrick Karuretwa, que dirige a cooperação internacional das Forças de Defesa do Ruanda, citado pelo portal sul-africano News24.
Os dois exércitos operavam em diferentes partes de Cabo Delgado e, no início, não partilhavam informações. Mais tarde, cooperaram em algumas operações.
Agora, o Ruanda está a preparar-se para agir sozinho.
“A retirada das tropas da SADC obriga-nos a tomar certas medidas. Vamos treinar soldados moçambicanos para ocuparem os lugares onde SAMIM estava destacado. Estamos também a aumentar as nossas tropas e a torná-las mais móveis para cobrir mais áreas”, disse Karuretwa, destacando que a intervenção do Ruanda ajudou a restaurar uma calma relativa em Cabo Delgado. Entretanto, ainda persistem algumas bolsas de violência.
No início desta semana, a União Europeia anunciou que vai desembolsar perto de 20 milhões de euros para ajudar a missão da RDF em Cabo Delgado.
Os ataques perpetrados por terroristas islâmicos já provocaram a morte de mais de quatro mil pessoas e levaram mais de um milhão a procurar refúgio em locais mais seguros.
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