Só uma privatização pode levantar a LAM, diz economista

A empresa estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está a atravessar momentos de difíceis no que concerne à gestão e arrecadação de receitas, não podendo até manter-se em pé, pelo que, precisa e tem recebido dinheiro, garantias e isenções financeiras do Estado.

Uma auditoria realizada pela Ernst & Young revelou que a companhia aérea de bandeira nacional está com prejuízos de seis milhões de meticais, referentes ao exercício económico de 2020.

A empresa de auditoria avançou, nessa análise, que “futuros acontecimentos ou condições podem provocar que a entidade (LAM) descontinue as operações”.

Neste sentido, o economista Dimas Sinóia sugere a privatização da LAM para a retirar desse sufoco financeiro.

“Quando analisamos as empresas públicas vemos que, de forma geral, há um tempo [em que o desempenho] mostra a fragilidade que temos na gestão das empresas públicas. Daí que, para salvaguardar os objectivos de lucro da própria empresa uma das questões que pode ser feira é a de aumentar a privatização”, disse o economista citado pela voaportugues.

Na perspectiva do economista, o défice financeiro da LAM não é surpreendente, porque a maioria das empresas do Estado têm uma gestão caótica. E, em particular, a LAM já não registava bons resultados antes do período pré-pandémico.

“O Ministério da Economia e Finanças reportou várias vezes que a LAM estava numa situação de alto risco de crédito. Portanto, a covid-19 só veio agravar a situação”, recordou Sinóia, alertando “que aos Aeroportos de Moçambique estão numa situação comparável”.

Para outro economista, Tomás Selemane, não se justifica que uma companhia com a envergadura da LAM apresente resultados negativos abaixo de zero.

“Os problemas que a LAM tem são muito complexos e exigem soluções à medida, e estas não passam, necessariamente, pela equipa de gestão actual ou anterior por tratar-se de um problema estrutural”, disse.

A diz que a LAM recusou-se a comentar sobre o assunto, mas garantiu a continuidade das suas operações de voos, valendo-se da recente renovação do seu certificado da IATA.

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