Um estudo da Global Climate Insights (GCI) revela que a Sasol corre o risco de falhar os seus objectivos climáticos se o grupo de não assegurar as alternativas necessárias para substituir o carvão.
Em Setembro, o segundo maior produtor de gases com efeito de estufa da África do Sul anunciou um plano para reduzir as emissões de carbono em cerca de 30%, até 2030. Entretanto, o estudo refere que a Sasol até então tem garantidos 10% do total necessário de gás natural para atingir as suas metas de substituição de combustíveis fósseis para fontes mais limpas ou com baixo teor de carbono.
Nos últimos anos, a empresa tem sido atacada por activistas climáticos e pelos seus próprios investidores devido aos progressos limitados na redução de emissões.
A Sasol obtém gás através de gasoduto que desenvolveu em algumas zonas no sul de Moçambique. Mas como a produção dessas áreas está em declínio, está a analisar os terminais de importação projectados e o potencial de um gasoduto de 2600 quilómetros (1.616 milhas) para as grandes descobertas offshore do norte do país.
A GCI disse que a maior parte das minas de carvão Sasol é utilizada para as suas próprias operações, mas também exporta o combustível e, recentemente, paralisou essa produção para beneficiar de preços mais elevados. Segundo o estudo, a suspensão de tais vendas poderia reduzir em 13% as emissões Scope 3 da empresa, que cobrem a utilização dos seus produtos, e permitir à Sasol exceder o seu objectivo nessa categoria.
Como parte da transição do carvão, a Sasol tenciona criar uma unidade de negócios, a ecoFT, que se vai dedicar ao desenvolvimento da sua própria tecnologia Fischer-Tropsch.
A empresa produz cerca de 2,3 milhões de toneladas do chamado hidrogénio cinzento a partir do carvão nos seus processos de fabrico, que em última análise pretende substituir por hidrogénio verde produzido a partir de energias renováveis.