A vila de Mocímboa da Praia vai beneficiar de um reordenamento urbano inserido no plano de reconstrução da província de Cabo Delgado para melhorar a vida das populações e reforçar a segurança dos bairros.

A necessidade de revisão do ordenamento daquela vila foi expressa, esta segunda-feira, pelo Director dos Serviços Provinciais do Ambiente em Cabo Delgado, Reinildo Jamane, que vincou objectivo de criar melhores condições para pessoas que vão regressar à vila.

O primeiro ataque terrorista em Cabo Delgado incidiu sobre a Mocímboa da Praia, no dia 05 de Outubro de 2017, vindo a ser descrita como sendo a base dos insurgentes que devastam a província.

Após mais de um ano nas “mãos” de rebeldes, Mocímboa da Praia foi saqueada e quase todas as infraestruturas públicas e privadas foram destruídas, bem como os sistemas de energia, água, comunicações e hospitais.

No total, cerca de 62 mil pessoas, quase a totalidade da população, abandonaram a vila costeira devido ao conflito nos últimos quatro anos, com destaque para as fugas em massa que ocorreram após a intensificação das acções rebeldes em Junho de 2020.

A reabilitação de infraestruturas do Estado destruídas em pelo menos sete distritos afectados pelo conflito armado em Cabo Delgado vai custar perto de 638 milhões de meticais, segundo dados avançados em julho pelo Ministério da Administração Estatal e Função Pública, escreve a Lusa.

A maior parte do valor vai ser aplicada na reconstrução de infraestruturas do Estado em Mocímboa da Praia, entre os mais afectados pela violência armada no Norte de Moçambique.

No geral, o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, aprovado pelo Conselho de Ministros de Moçambique em setembro do ano passado, está orçado em cerca de 19 mil milhões de meticais e visa responder à destruição, bem como à crise humanitária provocada pelos ataques armados que eclodiram na província em 2017.