A Renamo apela aos seus membros a confiarem e manterem o respeito pelos órgãos do partido, ao mesmo tempo que devem utilizar vias formais para canalizarem qualquer reivindicação relacionada com a vida interna da organização.
Segundo o porta-voz desta formação política, Marcial Macome, pronunciando-se sobre os recentes episódios de vandalização e encerramento das delegações provinciais da Renamo em vários pontos do País por membros e simpatizantes em contestação à liderança, “qualquer situação que seja de desconforto ou desentendimento deverá ser resolvida dentro dos órgãos do partido”.
“É preciso percebermos que as instituições funcionam com órgãos. Se alguém tem alguma dificuldade tem de apresentar para que se encontre o melhor caminho para resolver. Não se chega a lado nenhum com posturas radicais, como o encerramento das delegações”, expressou Macome.
Citado pelo jornal Notícias, Macome referiu ainda que a postura dos envolvidos nas acções de encerramento das delegações está distante dos princípios prezados no partido e representam um retrocesso nos avanços alcançados pela Renamo desde a sua criação.
“Devemos entender que temos diferenças mas precisamos nos aceitar e sermos tolerantes. As nossas dificuldades e desentendimentos não podem resvalar no encerramento das infra-estruturas. Quaisquer que sejam as reivindicações têm de ter em vista que o crescimento do partido não será possível com as instituições a fechar. Encerrar delegações e sedes não vai nos dignificar”, referiu.
Por trás dos movimentos de encerramento das sedes do partido, a Renamo admitiu tratar-se de acções praticadas por membros da formação e grupos de desmobilizados insatisfeitos.
Na mesma ocasião, o porta-voz desta organização política esclareceu que no partido já não existem ex-guerrilheiros, mas sim desmobilizados, com órgão próprio para a gestão dos seus interesses e preocupações.
“Algumas das pessoas nestas acções são membros da Renamo e desmobilizados. Nós já não temos guerrilheiros, temos desmobilizados. Quem se identifica como guerrilheiro significa que ainda não desmobilizou a mente. Eles estão representados na Comissão Política, através da Associação dos Combatentes da Luta para a Democracia (ACOLDE)”, explicou.
Questionado sobre as motivações dos autores destas acções, Marcial Macome disse que o partido ainda não foi formalmente comunicado a respeito de qualquer reivindicação, pelo que exorta à canalização destas aos órgãos do partido para a sua solução. “Não sei dizer o que eles querem, porque até aqui só têm fechado as sedes e não apresentaram um documento público escrito com as suas reivindicações. O que está claro é que queriam a realização do Conselho Nacional, adiado por força maior, mas que no momento oportuno deverá ser remarcado”, disse.
(Foto DR)
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