O ritmo da segunda maior economia do mundo, China, no período pós-pandemia está a abrandar, numa altura em que Pequim tenta reduzir a dívida corporativa sobretudo no imobiliário, o veículo de investimento favorito das famílias chinesas.
Nos últimos dez anos, a China preconizou um modelo económico assente no consumo interno, em detrimento das exportações e construção, mas, face a qualquer sinal de desaceleração, Pequim voltou a estimular o crescimento com mais obras e empréstimos.
O Governo do Presidente Xi Jinping está a enfrentar a raiz do problema ao reduzir a alavancagem no sector imobiliário, que sustenta milhões de empregos.
Este cenário tem estado a criar uma onda de choques na economia chinesa. O sector imobiliário e o da construção atravessam uma das piores crises que tem resultado em quedas nas vendas, o que tem preocupado o sector empresarial.
“Muitos clientes querem agora esperar para ver”, disse Liang Qiming, agente imobiliário em Nanchang, capital da província de Jiangxi, que prosperou com base na construção de imóveis, citado pela media local.
Ao longo das últimas décadas a China tem estado a atingir patamares elevados em termos de crescimento económico, causado sobretudo por uma série de construções que ainda se iniciaram nos finais do século passado.
Entretanto, as vendas de imóveis tiveram uma queda de 32% em setembro, em relação ao ano anterior.
Os compradores foram desencorajados pelas restrições aos empréstimos hipotecários e pela ansiedade sobre a possibilidade de as imobiliárias falharem a entrega de apartamentos pagos antecipadamente.
O caso mais flagrante é o do Evergrande Grupo, um dos gigantes no sector imobiliário chinês e que está à beira da falência.
No ramo dos automóveis os dados apontam para uma descida para 16,5% em setembro, face ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.
Mesmo tendo se “livrado” dos efeitos da pandemia antes dos Estados Unidos e Europa, o ritmo de crescimento económico está a desacelerar.
Deprimida pela queda na construção, a economia expandiu 4,9%, em relação ao ano anterior, no terceiro trimestre do ano.
Trata-se de uma taxa muito inferior face ao crescimento homólogo de 7,9% atingido no trimestre anterior.
Fonte Lusa