A Polícia da República de Moçambique (PRM) já destacou, para a província de Cabo Delgado, um grupo de inspectores com o objectivo de investigar alegados maus-tratos protagonizados por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) nalgumas regiões da província, de acordo coo jornal “Notícias”.
Refere o jornal que a medida foi tomada pelo Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, depois de denúncias feitas numa reunião popular que ele mesmo orientou no distrito de Macomia.
Pessoas que intervieram no encontro queixaram-se de casos de tortura, cuja autoria é atribuída a agentes da UIR (antiga e temida FIR, Força de Intervenção Rápida) que, desde 2017, apoia nos esforços de combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Naquela ocasião, Bernardino Rafael ficou a saber que a má actuação dos agentes da UIR é caracterizada por agressões físicas e extorsão, sendo os jovens as principais vítimas.
“Os que estiverem a desviar-se da missão de proteger e fazer mal à população devem ser expulsos da Polícia, porque ainda não estão preparados para proteger a população. Vamos tomar medidas severas, porque queremos ver a população orgulhosa do trabalho da sua Polícia, cuja missão principal é protegê-la”, prometeu.
O chefe da PRM avançou, mesmo antes dos resultados da investigação, que a UIR será reorientada para fora da vila de Macomia, devendo passar a ocupar posições avançadas e muitos próximas da linha de combate.
Entretanto, mais de sete mil pessoas do posto administrativo de Chai, no mesmo distrito, que abandonaram as suas casas e se refugiaram nas matas na sequência dos ataques terroristas pedem o restabelecimento imediato do clima de segurança de modo a regressarem às suas zonas de origem.
Os deslocados contaram ao Comandante-geral da Polícia que vivem em condições difíceis, uma vez que lhes falta quase tudo. Conforme lamentaram, passam fome, porque não produzem.
Deixe uma resposta