Após comandar a presidência do Credit Suisse durante nove meses, o português António Horta-Osório apresentou a sua demissão do cargo por não ter cumprido regras de prevenção da covid-19, na Suíça e Reino Unido.
Horta-Osório, agora ex-presidente do banco, reconheceu e lamentou que algumas das suas atitudes causaram dificuldades para o banco bem como comprometeram a sua própria capacidade de representar o banco a nível interno e externo, avança a lusa citando a bloomberg.
Diz o público que a saída foi anunciada, hoje, pelo banco, sensivelmente um mês após as primeiras notícias sobre um possível incumprimento das normas sanitárias no Reino Unido e a Suíça.
Agora, a presidência do Credit Suisse passou para as mãos de Axel P. Lehmann, membro da administração executiva do grupo sediado em Zurique.
Os incumprimentos de Horta-Osório remontam a Julho de 2021 quando foi assistir a um torneio de ténis de Wimbledon, no Reino Unido, onde estaria obrigado a cumprir uma quarentena de dez dias à chegada ao país.
As revelações foram tornadas públicas pelo jornal suíço Tages-Anzeiger, a partir de uma investigação interna promovida pelo próprio Credit Suisse.
No final de Novembro, Horta-Osório voltou a incumprir as regras. No dia 28, ao chegar à Suíça de uma viagem, teria de fazer uma quarentena obrigatória de dez dias, decidida por causa da propagação da variante Ómicron, mas o então Presidente do Credit Suisse deixou o país logo no dia 1 de Dezembro, num jacto privado com destino à Península Ibérica, segundo noticiou o jornal Blick.
Antes de ir para o Credit Suisse, António Horta-Osório liderava o grupo britânico Lloyds Bank desde 2011, onde fez a reestruturação do banco quando a entidade financeira estava sob controlo público no pós-crise financeira e onde liderou o processo de reprivatização com lucro para o Reino Unido.
Os bons resultados no banco e o percurso na City valeram-lhe, no ano passado, uma condecoração da rainha Isabel II, que lhe concedeu o grau de cavaleiro da Ordem do Império britânico, com o direito ao título de “Sir”.