Portugal demonstrou, no final-de-semana, o seu compromisso com o ambiente ao encerrar a última usina a carvão do país, cortando, assim, o uso do poluente para a produção de energia eléctrica. Com a acção, vai tornar-se no quarto país que deixará de utilizar carvão para produção de electricidade. A Bélgica, Áustria e Suécia são os outros três países europeus que já abandonaram o poluente para gerar energia.
O grupo ambiental Zero disse em comunicado que a fábrica do Pego, no centro de Portugal, é o segundo maior emissor de dióxido de carbono do país, acrescentando que “libertar-nos da maior fonte de gases com efeito de estufa foi um dia importante para Portugal”.
A mudança ocorre nove anos antes de Portugal estabelecer a meta de utilizar combustíveis fósseis até 2030.
Portugal ainda depende fortemente de combustíveis fósseis importados para atender às necessidades globais de energia, mas já esta num caminho avançado uma vez que cerca de 70% da sua electricidade provem de fontes renováveis.
No entanto, prevalece a preocupação de que a central do Pego, do grupo privado Tejo Energia, venha agora a ser convertida para a queima de pellets de madeira.
Segundo a Directora de campanha da Europe Beyond Coal, Kathrin Gutmann, um outro ponto com que se importar, para não reduzir os esforços de Portugal à nada, é a possibilidade de as concessionárias substituírem o carvão por gás fóssil ou biomassa insustentável, que é agora o “o grande desafio”.
“Livrar-se do carvão apenas para mudar para o próximo pior combustível claramente não é uma resposta”, disse o presidente da Zero, Francisco Ferreira. “Em vez disso, o foco deve ser em aumentar rapidamente nossa capacidade de energia renovável em energia eólica e solar.”
A UE está a avaliar as regras sobre se a energia obtida com a queima de madeira deve ser classificada como renovável ou não.