A pandemia do Covid-19 teve um impacto similar na abordagem das doenças respiratórias crónicas nos países da CPLP, mas expôs várias desigualdades, nomeadamente ao nível socioeconómico e no acesso aos cuidados de saúde, afirmou esta terça-feira a pneumologista Margarete Arrais.
A coordenadora da Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases (Aliança Global Contra Doenças Respiratórias, GARD, na sigla em inglês) junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) falava durante a conferência online “O impacto da Covid-19 nas Doenças Respiratórias Crónicas nos países da CPLP”, organizada pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT).
A pneumologista referiu que a diminuição da assistência hospitalar, desde o início da pandemia, foi registada em todos os países da CPLP: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Em relação aos doentes respiratórios crónicos, a pandemia trouxe uma diminuição das consultas, exames e urgências nestes países, adiantou Margarete Arrais.
As discrepâncias, “que já existiam, mas a pandemia tornou mais visíveis”, sentiram-se ao nível do número de camas, da existência de unidades de cuidados intensivos e no acesso à telemedicina, mas também a todos os serviços de saúde, com as limitações na circulação impostas pelo confinamento a agravarem as dificuldades.
A especialista considera da maior importância um levantamento do “real impacto” do covid-19 nas doenças respiratórias crónicas na CPLP.
A conferência sobre “O impacto do Covid-19 nas Doenças Respiratórias Crónicas nos países da CPLP” é organizada pelo IHMT em colaboração com a GARD, a CPLP e a GARD-Portugal, com o apoio da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
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