O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), uma Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana defendeu nesta terça-feira, que deve existir diálogo com as comunidades onde as indústrias extractivas estão instaladas, para assim prevenir conflitos.
Falando em Pemba, Cabo Delgado, durante a reunião de discussão sobre Direitos Humanos em Moçambique, o ponto focal de pilares de negócios e direitos humanos, no CDD, Hélio Sitoe, citado pelo portal Visão, enfatizou a necessidade de “existir diálogo, não só com o Governo, também com as comunidades”.
“Se a comunidade se sentir respeitada pelas empresas e perceber que respeitam os direitos humanos, então consequentemente haverá menos risco na exploração mineira, face ao que acontece actualmente, sobretudo no norte do País”, acrescentou, dando exemplo dos problemas que afectam a relação entre as empresas do ramo da indústria extractiva e as comunidades locais, no continente africano, estarem relacionados com as indemnizações injustas pela atribuição de licenças de exploração e com a falta de consulta às comunidades antes da instalação.
“É importante cumprir as promessas que vão fazer (…) que a compensação seja justa para que a comunidade se sinta a favor do funcionamento da empresa na própria região”, disse a fonte.
A província de Cabo Delgado, apontou, pode ser vista como espelho da indústria extractiva no País, desde logo face aos ataques terroristas que surgiram no norte após os anunciados investimentos para aproveitar o gás natural, mas também os habituais casos de disparos das autoridades sobre garimpeiros ilegais que entram em áreas de exploração de vários minérios na região, que por vezes resultam em mortes.
“É muito fácil nesses contextos existir essa revolta por parte dessa comunidade que vê os seus recursos a serem extraídos, mas não se sentem a beneficiar dos mesmos investimentos”, reconheceu Hélio Sitoe.
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