O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, esta quinta-feira, que as operações militares e de segurança para eliminar a ameaça terrorista em Cabo Delgado estão orçadas em 275 milhões de euros por ano, e pediu ajuda aos amigos.
“Pedimos para que os nossos amigos nos possam ajudar, porque as operações que agora estão em curso [em Cabo Delgado] são muito, muito caras, são aproximadamente 275 milhões de euros por ano”, referiu após um encontro internacional em que pediu apoio para o financiamento.
Filipe Nyusi falava numa declaração gravada em Aqaba, na Jordânia, e distribuída pela Presidência moçambicana.
O Presidente disse que existirem outros investimentos necessários, além dos que são para os combate a insurgência em Cabo Delgado.
Noutro pilar da estratégia, são necessários até “320 milhões de dólares para criar capacidade real de defesa de Moçambique”, com capacitação e reequipamento das tropas, por forma a que o país seja autónomo “para manter a paz”, quando as forças estrangeiras saírem.
Paralelamente àquele evento, Nyusi foi recebido na quarta-feira pelo rei Abdullah, que manteve igualmente encontros separados com o presidente do Ruanda, Paul Kagame, e com o chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi.
As sessões de quinta-feira debruçaram-se sobre as questões de segurança no leste de África.
No que respeita a Moçambique, Nyusi fez um balanço positivo dos encontros na busca por apoios.
“Ficou claro” para os participantes que quiserem apoiar Moçambique, que devem “interagir directamente com o Governo ou com organizações visíveis” que atuam com “transparência e de forma efectiva”, referiu.
“Andamos a descobrir que há muitos moçambicanos que estão a negociar apoios lá fora para as suas organizações e depois não sabemos o que é”, explicou.
Alguns desses apoios por via de “intermediários”, “não chegam” à frente de combate e outros apenas servem para “instigações” e outros fins, referiu, sem mais detalhes.