Nova vaga de seca prevê agravar situação da fome a milhares de famílias moçambicanas

Nova vaga de seca prevê agravar situação da fome a milhares de famílias moçambicanas

Moçambique poderá voltar a registar uma nova vaga de seca, agravando a situação de insegurança alimentar que já afecta milhares de famílias.

As previsões dos meteorologistas indicam que pelo menos seis distritos terão escassez de chuva na época chuvosa que inicia já em Outubro.

Depois de um ano de seca provocada pelo fenómeno climático El Niño, que colocou muitas famílias a depender de ajuda alimentar em vários distritos das províncias do Sul e Centro do país, as previsões para a próxima época chuvosa não são animadoras para algumas das zonas já vulneráveis.

Previsões dos Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) indicam que na primeira metade da época chuvosa, nomeadamente, de Outubro a Dezembro, os distritos de Magude, Mabalane, Chibuto (em Gaza), Chemba e Caia (Sofala) e Changara, em Tete, poderão ver as suas esperanças no campo, perdidas devido a mais uma vaga de seca.

“Esta previsão aponta para uma época em que se pode registar períodos muito longos sem precipitação. É nessa senda que estamos a prever uma alta probabilidade de seca nalguns distritos do Sul e Centro do país”, disse Bernardino Nhantudo, climatologista do INAM.

A este respeito, dados disponibilizados por agências humanitárias indicam que milhares de famílias estão a enfrentar fome em vários distritos.

De acordo com uma publicação da VOA, nas províncias de Gaza, por exemplo, há relatos de que pelo menos seis mil famílias necessitam de assistência alimentar, na sequência de perda de culturas, por causa do fenómeno El Niño.

Na mesma publicação, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural não confirma os números, mas realça que apesar da perda de culturas a situação não é tão grave, “porque as famílias têm alternativas”.

“A situação não é tão grave como Maláui e Zâmbia que tiveram uma seca severa. Nós tivemos redução nos rendimentos. Sem dúvidas que existe um grito dos produtores do sector familiar, mas eles têm alternativas como a cultura da mandioca e da batata doce que toleram esta questão da precipitação”, disse Hiten Shah, quadro da Direcção Nacional da Agricultura Familiar.

 

(Foto DR)

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