Nova tecnologia incrementa produção do algodão do Grupo JFS

O forte investimento em novas tecnologias na Sociedade Algodoeira do Niassa fez disparar os níveis de produção. Só na presente campanha agrícola a produção poderá triplicar, chegando a “um dado histórico” de 17 mil toneladas do algodão.

Cerca de 17 mil toneladas de algodão é quanto prevê produzir na presente campanha a Sociedade Algodoeira do Niassa, empresa que faz parte do Grupo João Ferreira do Santos e se encontra na província do Niassa, norte de Moçambique. O MZNews em conversa com Manuel Delgado, director geral da sociedade e um dos responsáveis pela área da produção naquela província, partilha a seguinte consideração sobre este aumento: “Acho que isso vai ser um dado histórico. É a primeira vez que a província do Niassa produz mais algodão em Moçambique”. Resultados que não vieram por acaso!

Houve um sério investimento ao longo dos anos em novas tecnologias (utilização de drones nos campos da produção) cujo objectivo era mesmo aumentar o nível da produção, e ter melhor controlo do que se produz.

“No fundo toda esta estatística, toda este sistema de informação permite-nos estar muito mais confiantes na parte financeira e na parte das vendas. Permite-nos igualmente saber quem é o produtor que produz melhor, qual é melhor o rendimento” (…). E, “portanto, quanto mais rápido e cedo soberes o que vais ter (nesse caso o volume) melhor”.

Este software, refere Delgado, “permite-nos ter uma garantia dos dados de uma forma fiável, algo que ninguém tem”. Indo aos números, o responsável diz que o grupo está a investir cerca de 450 milhões de meticais, (7 milhões de dólares) no campo.

O investimento é fruto também de uma parceria público privado. “O algodão que produzimos é de boa qualidade e temos várias certificações nacionais e internacionais”, afiança o responsável.

Além do mercado interno, Delgado diz que o algodão do grupo JFS é vendido para países como a India, Paquistão, China, Portugal, Alemanha, Japão, Vietnam, entre outros mercados. Os resultados poderiam ser melhores se não existisse a pandemia causada pela Covid-19. Do ponto de vista logístico, refere Delgado, “a Covid 19 criou-nos muitos problemas e ainda está a criar-nos.  Para ter uma ideia não há contentores.  Os barcos chegam e vão embora rápido. Não podem perder tempo. O preço dos contentores quase que triplicou, o que nos faz ganhar menos dinheiro”, explica. Mesmo diante deste cenário, Delgado é optmista quanto às vendas.

“Estamos a conseguir lutar e de certeza vamos conseguir vender tudo e honrar os nossos compromissos com os produtores”. Até que segundo este, o preço no mercado tem estado a registar grandes melhorias. “Agora com a aceleração da vacina as pessoas estão a voltar a demandar o algodão, e o preço está a subir”, conclui.

De referir que a Sociedade Algodoeiro do Niassa, é a mais antiga empresa e uma das referencias no sector algodoeiro de Moçambique. A produção agrícola, processamento industrial e exportação do algodão têm sido o foco das suas actividades há quase um século. A concessão de fomento de algodão inclui 8 distritos (Cuamba, Mecanhelas, Metarica, Nipepe, Maúa, Marrupa Mecula e Mandimba).

Com uma área de concessão algodoeira de 1 milhão de hectares, a empresa trabalha em parceria com mais de 40,000 produtores do meio rural, a quem disponibiliza formação técnica e factores de produção em regime de microcrédito totalmente bonificado. Paralelamenteestá envolvida na produção e comercialização de produtos alimentarescomo milho e soja. Foi a primeira empresa algodoeira, e a primeira do Niassa a ter o selo de certificação “Made in Mozambique”.

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