Alguns analistas defendem que as mexidas dos últimos dias realizadas pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na Estrutura Executivo, nomeadamente a exoneração e redireccionamento de ministros têm que ver com dois factores: as Dividas Ocultas e a preparação para um novo ciclo eleitoral.
Esta semana, entre quarta-feira e quinta-feira, o PR exonerou sete ministros entre eles o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, que já se via desconfortável com a gestão de alguns aspectos da governação, das dividas ocultas e a necessidade de conferir uma outra dinâmica ao Governo.
Uma das explicações destaca que todo este exercício acontece com olhos postos nas próximas eleições.
Na generalidade, os analistas concordam que as “Dívidas Ocultas” afectaram a imagem da Frelimo, o partido no poder, e do seu Presidente, Filipe Nyusi.
O jurista Ignésio Inácio, citado pelo portal voaportugues atenta-se ao facto de as mudanças de ministros estarem a ocorrer “numa altura em que muitas vozes defendem que o Presidente da República seja ouvido no julgamento, em curso, do caso das dívidas ocultas”, alertando que esta poderá ser uma estratégia “de desviar a atenção da opinião pública” para focar-se nas exonerações e não no seu possível envolvimento no calote financeiro, considerou.
Mas, para o jornalista Laurindos Macuácua, “mesmo durante o primeiro mandato do Presidente da República, Filipe Nyusi, [Adriano Maleiane] quis sempre abandonar o barco, justamente, por ter encontrado vazios os cofres do Estado, além do papel que foi forçado a fazer, relativamente às Dívidas Ocultas”.
Fernando Mbanze, jornalista, diz também que em relação a Adriano Maleiane, nada tem a ver com alguma incompetência do ponto de vista de gestão, porque ele é uma pessoa experimentada e que domina a área de economia e finanças.
“O problema, se calhar, tenha a ver com a forma como foram geridas as dívidas ocultas, sobretudo os pronunciamentos que Maleiane fez sobre esta questão, para além da sua idade que já não ajuda muito para gerir um Ministério de Economia e Finanças”, realçou.
Fonte: voaportugues